Opinião

Alcântara, o Maranhão e o mundo aeroespacial

É indiscutível a importância que Alcântara terá no cenário da corrida espacial mundial após o Congresso Nacional aprovar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), celebrado entre o Governo Brasileiro e os Estados Unidos, que visa a utilização comercial do Centro de Lançamento localizado na cidade, para o envio de foguetes ao espaço. A esperança é […]

É indiscutível a importância que Alcântara terá no cenário da corrida espacial mundial após o Congresso Nacional aprovar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), celebrado entre o Governo Brasileiro e os Estados Unidos, que visa a utilização comercial do Centro de Lançamento localizado na cidade, para o envio de foguetes ao espaço. A esperança é a de que todo o potencial do Centro, principalmente por sua proximidade com a linha do Equador, permitirá uma economia de até 30% de combustível, seja explorado e traga para nós, maranhenses, investimentos da ordem de bilhões de dólares.

O ministro da Ciência e Tecnologia, astronauta Marcos Pontes, afirmou que, neste primeiro momento, o acordo injetará 3,5 bilhões de dólares na economia nacional. Mesmo sendo uma soma vultosa, corresponde a apenas 1% do que é investido anualmente no Mercado Espacial Global. Ou seja, a médio prazo, e com a entrada de novos parceiros, o acordo deve significar mais alguns bilhões de dólares em investimentos no Maranhão e no Brasil. 

Toda a discussão sobre o acordo é tratada em Brasília, em linha direta com Washington. E nós, aqui no Maranhão, acompanhamos de perto. 

O Governador Flávio Dino lidera um amplo debate que envolve a sociedade civil, os gestores públicos e a Bancada Federal Maranhense com o objetivo de garantir que o CEA (Centro Espacial de Alcântara) seja uma experiência bem sucedida de desenvolvimento regional e não apenas uma política de enclave. 

Não à toa, o ministro Marcos Pontes participou do Seminário ‘Base de Alcântara: Próximos Passos’, realizado em São Luís e presidido pelo governador para discutir o Centro. Naquela ocasião, três temas centrais foram levados à pauta: o investimento em benefício da população local, o acordo com outros países e a criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional. 

No primeiro ponto, ficou clara a necessidade da formulação de um Plano Estratégico que garanta o investimento de parte dos recursos recebidos em benefício das pessoas que moram em Alcântara e no Maranhão. 

O tema vai ser debatido no Painel “Alcântara, Quilombos e Base Espacial”, que acontece na próxima terça-feira (30), em São Luís. 

Aqui, abro parênteses para dizer que, nesse quesito, o governador Flávio Dino já se adiantou, quando ainda no seu primeiro mandato criou o Programa de Mestrado em Engenharia Aeroespacial do Maranhão, promovido pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) em parceria com a Universidade Federal (UFMA) e outras instituições, como o renomado Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA). 

Isso garante que os acadêmicos maranhenses sejam capacitados aqui mesmo para o mercado global de lançamento de foguetes, além de criar condições para o desenvolvimento de tecnologia própria, gerando riqueza e renda para o Estado. Dá para imaginar os benefícios que terão os nossos estudantes em um intercâmbio com os especialistas norte-americanos, que estão algumas dezenas de anos à nossa frente nesse assunto. 

No segundo tema, é evidente que queremos a ampliação de acordos com outros países, além dos Estados Unidos, e a participação de empresas privadas que desejem lançar satélites e foguetes, obviamente sendo vedado o uso com caráter militar. Isso significa mais investimentos. Por último, a criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional se baseia na aplicação desses recursos gerados pelo acordo para o desenvolvimento da infraestrutura, turismo e dos demais potenciais econômicos de Alcântara e cidades vizinhas. Esse debate já está na pauta da bancada maranhense no Congresso Nacional e nós estamos atentos ao destino desses recursos, para que o papel do Maranhão, nesse processo, não se limite à ver lançamento de foguetes. 

Para tanto, uma de nossas primeiras ações à frente da Secretaria de Estado de Programas Estratégicos (SEPE) foi o estabelecimento de uma parceria institucional com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), para a articulação de estratégias e programas conjuntos na área de inovação tecnológica, incluindo uma ampla agenda envolvendo as potencialidades do Centro Espacial de Alcântara. 

Isto quer dizer que toda a articulação já está sendo traçada sob a liderança do governador Flávio Dino para que o Maranhão seja o maior vencedor nesta empreitada que promete trazer bons frutos para o Brasil, claro que sempre resguardando a justiça social, os benefícios para a população local, a soberania nacional e a autonomia estratégica no setor aeroespacial.

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