opinião

O Imparcial 98 anos: uma perspectiva pessoal diante de um portal de oportunidades

Dyego Rodrigues – jornalista

Dyego Rodrigues – jornalista

O Imparcial: uma perspectiva pessoal diante de um portal de oportunidades
Desde o momento em que entrei pela primeira vez na redação do Jornal O Imparcial, senti uma energia vibrante que permeava o ambiente. Uma ala completa de jornalistas, entre experientes e mais novos, que se debruçavam, em ritmo frenético, sobre computadores e blocos de anotações. Era o começo de uma jornada que moldaria não apenas minha carreira, mas também minha visão sobre o mundo ao meu redor.
Como jornalista, tive o privilégio de mergulhar nas editorias mais diversas, desde as intricadas questões do dia a dia, na editoria de cidades, como também na de economia e política, desvendando desafios que moldam nossa sociedade, e ao mesmo tempo, instigando e nutrindo o meu espírito de jornalista investigador.
Numa tentativa de acessar a minha memória de longo prazo, descrevo este relato pessoal da minha trajetória como repórter e repórter/ editor especial em um dos mais renomados periódicos maranhenses, que de antemão, já parabenizo por seus 98 anos de contribuição com serviço de informar à sociedade.
Minha jornada começou como repórter da editoria de cidade, passando em seguida a escrever texto para editoria de economia. Ainda em Cidade, lembro-me vividamente da minha primeira pauta, onde fui encarregado de suitar (termo técnico utilizado no jornalismo para dar continuidade a um assunto já expresso em uma matéria, mas com a implementação de alguma novidade para expandir o assunto). No caso, a minha missão era escrever sobre os sítios arqueológicos dos “Achados de Sambaquis”, na Ilha de Upaon Açu, na região de São José de Ribamar. A missão foi dada e cumprida, rendendo a chamada na capa do jornal e uma página inteira sobre a temática.
As diversas experiências me ensinaram sobre a importância da empatia e do rigor jornalístico. Cada matéria que escrevia era uma oportunidade de dar voz àqueles que muitas vezes eram negligenciados pela sociedade. Aprendi que, por trás de cada estatística social, econômica, política, existem histórias humanas complexas que merecem ser contadas ao público.
Com o tempo, minha atuação se expandiu para a cobertura mais humanizadas, ganhando uma oportunidade de me tornar repórter e editor de uma página especial, mais uns dos magníficos experimentos do meu ex-chefe e hoje amigo, Celio Sérgio, criativo profissional que se destaca por produzir inusitadas capas do jornal.
Entrar no universo do jornalismo foi como acessar um turbilhão de paixões, em mundo mágico, onde me vi apurando a história de um homem que morava no alto de uma árvore, que ficava às margens da Avenida Jerônimo de Albuquerque, nas proximidades do acesso ao bairro do Vinhais, em São Luís. Outra matéria interessante foi “As Rainhas da Rei de França”, onde um grupo de mulheres ganhavam a vida como prostitutas. A missão era acompanhar a rotina delas, durante uma madrugada, em uma das avenidas mais movimentadas da capital maranhense.
Como repórter político, tive o desafio de navegar pelas águas turbulentas do poder, mantendo sempre a imparcialidade e a integridade. Cada campanha eleitoral, cada debate parlamentar, era uma oportunidade de compreender as sinuosidades da democracia e o papel crucial que a imprensa desempenha em sua sustentação.
Entretanto, foi como editor especial que encontrei meu verdadeiro propósito no jornalismo. Nessa posição, dada pelo já citado, Célio Sergio, tive a liberdade de explorar as histórias mais profundas e impactantes que cruzavam o meu caminho. Desde reportagens investigativas até perfis detalhados, pude utilizar todas as ferramentas disponíveis para contar histórias que provocassem reflexão e mudança. Foi uma responsabilidade imensa, mas também uma fonte inesgotável de inspiração.
Ao longo dos anos, o Jornal O Imparcial tornou-se mais do que apenas um local de trabalho para mim. Girou-se uma comunidade de amigos e colegas dedicados e apaixonados, que dividiam do mesmo compromisso com a verdade e o senso de justiça. Cada entrave que enfrentamos juntos apenas fortaleceu nosso vínculo e nossa determinação em fazer a diferença.
Observando pelo retrovisor, vejo minha trajetória no Jornal O Imparcial como uma jornada de autodescoberta e crescimento profissional. Nesta grande escola do jornalismo, pertencente ao Grupo do Diários Associados, aprendi lições valiosas, fiz amizades duradouras e tive o privilégio de contar histórias que refletiram além das páginas do periódico.
Aqui, caberiam mais e mais histórias, mas como no jornalismo precisamos obedecer as regras dos limites das laudas, me despeço deste capítulo da minha história com um profundo senso de gratidão por tudo o que vivi e aprendi.
Fica o meu desejo de que essas histórias se ecoem, em nome de nova gerações de jornalistas, e que todos possam usufruir de experiências enriquecedoras, como foram as minhas.
Felicito a todos que contribuem para que esse quase centenário periódico continue a levar informação e entretenimento, de forma criteriosa.
Parabéns, O Imparcial!

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