opinião

Não crer é a melhor crença!

Célio Sergio- Jornalista Design, graduando em psicologia não crente

Acreditar é um dos maiores erros do ser humano, pois, ao acreditar, fechamo-nos para a possibilidade do contraditório. E é justamente o contraditório que abre as portas para a mudança — uma mudança que nos potencializa a sermos melhores. Essa capacidade de transformação é a essência do homem.

Hannah Arendt, em seu livro Origens do Totalitarismo, reflete sobre a dignidade humana e a importância de pertencer a uma comunidade. Ela afirma que “a essência dos direitos humanos é o direito a ter direitos”. Contudo, também nos lembra que obedecer não é um dever absoluto. “Não existe o direito de obedecer”, ela diz. Essa é a essência da liberdade: a escolha de acreditar ou não, de obedecer ou questionar leis e regras, sejam elas divinas ou humanas.

Quando abrimos mão dessa liberdade, sacrificamos nossa autonomia, nosso verdadeiro direito de ser “o tudo posso”. Embora tudo seja permitido, nem tudo é conveniente. No entanto, o “tudo posso” é real. A liberdade não é uma concessão; é uma conquista individual. Engana-se quem acredita que o Estado garante a liberdade. O chamado “direito de ir e vir” está condicionado às regras impostas pelo Estado e pela classe dominante, que controlam a sociedade com seus regramentos morais.


Quem controla ? Quem muda quem?
A sociedade, em vez de controlar e moldar o humano, deveria ser moldada pelo humano. Mas para isso, é necessário que o indivíduo se modifique primeiro. Como alcançar essa transformação? Abandonando crenças, rompendo paradigmas, rejeitando regramentos fixos, mas agindo com liberdade e responsabilidade diante das opções contraditórias.

Penso que não existem o bem e o mal absolutos. Não creio nisso. O que entendemos por bem e mal, e o que vemos por ações malfeitas ou bem-feitas, filtradas pela nossa realidade. E o que para nós é benfeito ou malfeito pode ser o oposto para o outro. Por isso, a verdadeira transformação começa no indivíduo, que, ao se reinventar, pode também reinventar a sociedade. Ninguém “É”(bom ou mal) Somos feitos das escolhas que fazemos no intervalo entre ser bom ou ser mal. O julgamento disso é social. Apenas!
Essa crença, liberta das crenças, liberta.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias