opinião

O que nos reserva 2025?

Carlos Nina – Advogado e Jornalista

Em entrevista a Luiz Cesar Pimentel (Isto É, 11/12/2024), Serj Tankian, um dos maiores cantores de rock e líder da banda System of a Down, segundo a revista, respondendo à pergunta de como via o mundo, hoje, respondeu: “é um lugar muito preocupante, especialmente se você tem filhos.” Embora não concorde com outros pontos da análise de Tankian, é inegável que o momento pelo qual passamos é preocupante. Piores já foram vividos. Outros virão. É a velha lógica: Nada é tão bom que não possa melhorar; nem tão ruim que não possa piorar. Mais que estrela do rock, Tankian, libanês, cresceu nos Estados Unidos e, diz a entrevista, tornou-se um dos maiores ativistas da causa armênia.

Seus avós, maternos e paternos, haviam fugido da terra natal para escapar do genocídio promovido pelo Império Otomano, entre 1915 e 1923: “Tankian cresceu com as histórias de seus pais, avós e instituiu como missão principal na vida a batalha pelo reconhecimento do massacre.”
Tankian refere-se, também, à imigração na Europa, atribuindo-a à catástrofe ambiental, às guerras e outros fatores e diz que gostaria de ver “pessoas que realmente tenham em mente a humanidade e a consciência do planeta no comando, em vez daqueles que querem lucrar e apenas explorar o planeta.”


Entretanto, afirma: “a única maneira de me manter são psicologicamente, espiritualmente e esperançoso é viver de forma muito limitada com minha própria família, em meu próprio grupo de amigos e tentar me manter saudável. […] pensar na questão mais ampla, em nível regional e mundial, é muito triste. […] as lições dos genocídios do século 20 não foram aprendidas e estão acontecendo novamente hoje, como os bombardeios indiscriminados que mataram muitos civis no Líbano, em Gaza, na Cisjordânia ou em Israel.”


Emerge daí o dilema entre reagir contra aqueles “que querem lucrar e apenas explorar o planeta” ou apenas seguir o roteiro dos versos consagrados em nome Martin Niemöller, silenciando, enquanto outros são arrebatados do convívio familiar ao arrepio de qualquer direito.


Esse cenário ampliou-se com a redução das distâncias, superadas pela informação instantânea e eliminadas pela evolução tecnológica dos recursos bélicos, que alcançam cada vez mais espaços, disseminando a violência. Isso se reflete no vaticínio de Ortega y Gasset de que somos nós e nossas circunstâncias, que já não são apenas o ambiente que nos rodeia, nossas famílias, amigos, professores, colegas, de escola ou trabalho, o ambiente em que vivemos, os valores que nos são passados, as oportunidades que temos e as que desperdiçamos, os caminhos que buscamos ou pelos quais somos levados. Nossas circunstâncias passaram a ser compreendidas pelo que acontece em todo o planeta Terra. E além dele, no Universo, ainda que, no momento, só nos damos conta dos satélites que orbitam o Planeta nos espionando, revelando nossos segredos, nossa intimidade e direcionando nossas vontades.


O que será que nos reserva 2025?
Essa resposta depende de nossas escolhas

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