Um fiapo do Maranhão

O Maranhão anda, anda e esbarra. Já teve o maior parque industrial têxtil do Nordeste e hoje não fabrica nem estopa. Tem o segundo maior e mais piscoso litoral do Brasil. E cadê os peixes? Tem a mais pura e robusta cultura brasileira. E cadê a renda dos operadores culturais? Foi o segundo maior produtor […]

O Maranhão anda, anda e esbarra. Já teve o maior parque industrial têxtil do Nordeste e hoje não fabrica nem estopa. Tem o segundo maior e mais piscoso litoral do Brasil. E cadê os peixes? Tem a mais pura e robusta cultura brasileira. E cadê a renda dos operadores culturais? Foi o segundo maior produtor de arroz até a década de 80. E cadê o arroz do Maranhão nos supermercados? Tem o segundo porto mais profundo do mundo. E cadê a riqueza espalhada em volta?

A terra do “já teve” continua tendo. Tendo a maior pobreza do Brasil; o maior número de maranhenses no programa Bolsa Família; o segundo maior rebanho bovino do Nordeste. E cadê os beneficiados? Tem um campo de soja com mais de dois milhões de toneladas exportadas pelo
segundo porto mais profundo do mundo. E cadê a distribuição dessa riqueza? O Maranhão tem o maior conjunto histórico e arquitetônico da América. Tem os Lençóis Maranhenses, 75% do Maior Delta das Américas no Parnaíba. E cadê os turistas que deixam dinheiro e produzem renda?

Com tanta pobreza a partir das palafitas do Rio Anil até as casas de palhas do sertão e da Baixada, o jeito é tentar mudar o paradigma. Transformar as palafitas e as casas de palhas em atrações turísticas. Será que pega? Será que os europeus, cansados de verem construções históricas e parques fantásticos, não arriscariam em ver como vivem
os palafitados do Rio Anil? Crianças descalças brincando, empinando pipa em arruamentos sobre a lama de mangue? Quem sabe?! Se a natureza não ajuda a se ganhar dinheiro, muda-se a natureza das coisas e tenta-se inverter a lógica.

Ou talvez nem precise uma ideia tão mirabolante. Basta esperar que, em 2018, no lugar dos turistas, aparecem os candidatos, falando a língua do povo, sabendo de cor e salteado seus modos de vida, suas necessidades e suas aspirações. Os políticos são exímios conhecedores dessas realidades. Porém, o povo nunca consegue entender nem um pouco os
políticos. Se os conhecesse, saberia também trocar os que não prestam a cada eleição. E não faz porque não aprende nem a conhecer em quem vota. E os políticos adoram isso.

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