Um 1º de maio diferente
O 1º de maio deste ano eleitoral de 2018 será bem diferente.As eleições de presidente da República a deputado estadual também não terão nem a aparência das anteriores.É o único Dia do Trabalhador em que o primeiro trabalhador da história do Brasil que foi presidente por duas vezes encontra-se preso.Luiz Inácio Lula da Silva,mesmo encarcerado, […]
O 1º de maio deste ano eleitoral de 2018 será bem diferente.As eleições de presidente da República a deputado estadual também não terão nem a aparência das anteriores.É o único Dia do Trabalhador em que o primeiro trabalhador da história do Brasil que foi presidente por duas vezes encontra-se preso.Luiz Inácio Lula da Silva,mesmo encarcerado, permanece liderando folgadamente as pesquisas sobre a eleição presidencial. É algo extraordinário,que,porém,não se tornará realidade em outubro.
Logo Lula,que quebrou a espinha dorsal da Ditadura de 64,rompendo a proibição de greve,numa manifestação gigantesca no dia 1º de maio.Foi no Dia do Trabalhador de 1980 que o Brasil começou a mudar. Foi o momento exato em que mais de 100 mil brasileiros,saídos ou não das fábricas do ABC Paulista,encararam os riscos de sair às ruas, ultrapassaram a repressão policial e indicaram o rumo para um futuro democrático que se tornou real na Constituição de 1988.
Aconteceu em São Bernardo do Campo,cidade industrial da Grande São Paulo,onde os trabalhadores metalúrgicos fizeram greves históricas entre 1978 e 1981.Neste período, cada uma a sua maneira,as manifestações de 1º de Maio,realizadas em 1979 e 1980 entraram para a história como as que definiram um novo momento político, com as massas entrando no jogo.Acabaram as comemorações oficiais, como ocorria no Maranhão,onde a Delegacia Regional do Trabalho reuniu os trabalhadores para distribuir presentes,colchões,camas,geladeiras e toalhas,tudo no ritual determinado pelo Regime de Exceção.
Hoje,o Brasil é outro país.A democracia virou a tabuada onde quase todos os brasileiros sabem pelos menos que 2+2 são quatro.Que a eleição é um ato de cidadania para se escolher governantes.Que o Judiciário e o Ministério Público,no entanto,viraram uma casta da elite brasileira, onde seus integrantes são mais poderosos do que os poderosos eleitos pelo povo. Por acumular tanto poder e benesses, o primeiro operário eleito presidente do Brasil e com história única no Ocidente em séculos encontra-se preso,num processo em que a Justiça nem precisa esconder a seletividade e a perseguição. Além do mais, com cobertura espantosa das mídias elitistas, que de tanto desprezarem a verdade,fazem o povo acreditar que essa tal de democracia não vale tanto quanto se fala dela.Chegam a pedir a volta dos generais a nova
temporada no Planalto.