Tentando se esconder
Como o terceiro dos cinco partidos com 144 parlamentares enrolados em ações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF), o PMDB, que comanda o Brasil, quer mudar de nome e voltar a ser MDB. O presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), propôs ontem a mudança para Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ele convocou a convenção nacional […]
Como o terceiro dos cinco partidos com 144 parlamentares enrolados em ações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF), o PMDB, que comanda o Brasil, quer mudar de nome e voltar a ser MDB. O presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), propôs ontem a mudança para Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ele convocou a convenção
nacional para o próximo dia 27 de setembro, com intuito de ratificar a mudança. Assim fez o PTN, que virou “Podemos”, e lá atrás, a Arena virou PDS, que brotou o PFL, que se metamorfoseou em Democratas; já o PEN pode virar “Patriotas”.
Jucá, uma raposa das mais sagazes do Congresso Nacional, do estilo “o poder é para o usufruto dos espertos”, sabe muito bem o que quer. Como integrante do PMDB, que comandou a derrubada de Dilma, nem o presidente da República, Michel Temer, se dispõe a sair às ruas, temendo reação popular. Já como “Movimento”, a legenda vislumbra
até reorganizar a militância. “A gente quer novamente ganhar as ruas. Vamos ter uma nova programação, bandeiras nacionais e regionais”, se entusiasma Romero Jucá.
Com a tendência da palavra “partido” sumir de várias legendas e ser substituída por verbos, substantivos e organizações, tipo “Podemos”, “Vamos”, “Solidariedade” e Rede Sustentabilidade, resta saber qual legenda vai recuar no tempo e se tornar Arena. Está provado que a crise institucional, política e econômica está mexendo até com os neurônios dos políticos. Eles próprios, se pudessem, também trocariam de nomes e de cara, para enfrentar o povo na campanha de 2018. Como isso é impossível, trocam o nome dos partidos, inventam o “distritão”, botam a conta para o contribuinte e se escondem. Bem que o PMDB poderia ser chamado de “Tomaladacá”.