Superiores em tudo, menos na política
Com sete milhões de habitantes e 0,5% de mulheres a mais que os homens, o Maranhão, contudo, tem baixa representatividade delas. Passou quase 500 anos para eleger Roseana Sarney a primeira governadora em 1994, que foi apontada erroneamente como “primeira governadora do Brasil”. Em 2018, os partidos serão pressionados pela Justiça Eleitoral pelo cumprimento da […]
Com sete milhões de habitantes e 0,5% de mulheres a mais que os homens, o Maranhão, contudo, tem baixa representatividade delas. Passou quase 500 anos para eleger Roseana Sarney a primeira governadora em 1994, que foi apontada erroneamente como “primeira governadora do Brasil”. Em 2018, os partidos serão pressionados pela Justiça Eleitoral pelo cumprimento da cota obrigatória de 30% de candidatas em cada coligação.
Só para se ter uma ideia do descompasso, na Assembleia Legislativa do Maranhão, com 42 parlamentares, apenas cinco são mulheres. Todas eleitas na sombra masculina de marido, pai ou irmão. Dos 217 municípios, em 2016, somente 35 mulheres foram eleitas para as prefeituras. Nas Câmaras Municipais, apenas em Senador La Rocque e Amapá do Maranhão têm mais mulheres vereadores.
Além de numericamente superiores no ensino médio e nas universidades, as mulheres também ainda levam a vantagem de viver mais que os homens. No entanto, nada disso ajuda na sua participação no poder. Para além dos mitos já conhecidos, que vão desde “mulher não vota em mulher” até “mulher não se interessa por política”, as que decidem participar das eleições são consideradas “ousadia política”.
Conforme a lei, ao menos 30% da chapa precisa ser feminina, sob pena de nomes masculinos serem cortados. O problema é: em que momento essas candidaturas irão aparecer? Provavelmente lá perto do prazo para o registro da candidatura, elas podem brotar da cartola dos controladores dos partidos, como um passe de mágica. Aliás, no Maranhão, ninguém conhece um partido forte, ou mesmo dos nanicos, dirigido por mulher.