Semana explosiva em Brasília

Mais uma semana de arrepiar em Brasília. Muita correria. O Congresso tem que tocar de qualquer jeito as mudanças para as eleições de 2018 até sexta-feira, último dia de prazo para que elas tenham validade daqui a um ano. Ao mesmo tempo, o Senado deve colocar em pauta, nesta terça-feira, a devolução do mandato ao […]

Mais uma semana de arrepiar em Brasília. Muita correria. O Congresso tem que tocar de qualquer jeito as mudanças para as eleições de 2018 até sexta-feira, último dia de prazo para que elas tenham validade daqui a um ano. Ao mesmo tempo, o Senado deve colocar em pauta, nesta
terça-feira, a devolução do mandato ao senador tucano Aécio Neves, afastado pelo Supremo Tribunal Federal. São duas matérias tão bombásticas e barulhentas quanto a tramitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, na Câmara dos Deputados.

No último fim de semana, Temer deu dedicação exclusiva ao seu processo, fazendo reuniões sucessivas com deputados e ministros, ainda sob o impacto das duas pesquisas divulgadas pelo Ibope/CNI e o Datafolha, em que sua aprovação despencou para 3%. A mesma pesquisa apurou que inimagináveis 89% dos brasileiros são favoráveis a que a Câmara autorize a abertura de processo contra Temer. A acusação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot é por organização criminosa e obstrução de Justiça.

O Senado está na corda bamba. Ir para o confronto com o STF, com a metade dos 81 senadores embaraçada em processos criminais, ou deixar a situação como está, sacrificando ao senador que era tido como a principal liderança do PSDB, partido que também está rachado sobre essa questão incendiária. Na outra ponta da mesma crise institucional,
o ex-presidente Lula vai crescendo nas pesquisas sobre a disputa presidencial de 2018, mesmo condenado pelo juiz Sérgio Moro e com outros processos na fila em Curitiba.

Realmente, o tempo na capital da República está tão insuportável
quanto o ambiente político no Congresso e nos três Poderes. Os parlamentares querem dinheiro para a campanha e regras novas que facilitem a vida de cada qual. Por isso, o troca-troca de legenda virou uma corrida desesperada, cada qual procurando atalho para não ser engolido na crise, que inferniza muito mais quem tem o título de eleitor.

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