Sem voto útil

As eleições estão a menos de um mês e a disputa pelo governo do Maranhão permanece com a polarização petrificada entre Flávio Dino, governador, e sua antecessora Roseana Sarney, tão conhecida do eleitorado, pelos 14 anos de governança no Palácio dos Leões, quanto o nome de José Sarney. Ele é mais, graças à mais longa […]

As eleições estão a menos de um mês e a disputa pelo governo do Maranhão permanece com a polarização petrificada entre Flávio Dino, governador, e sua antecessora Roseana Sarney, tão conhecida do eleitorado, pelos 14 anos de governança no Palácio dos Leões, quanto o nome de José Sarney. Ele é mais, graças à mais longa permanência de um político brasileiro no poder oligárquico – 50 anos. Até agora não surgiu nem sinal de uma terceira via à esquerda, com Ramon Zapata (PSTU), ou à direita, com Maura Jorge, do PSL de Jair Bolsonaro.

As pesquisas são desencontradas, mas sempre sem mudar a posição de cada qual, dos seus postulantes ao Palácio dos Leões. Roseana se desdobra no vasto conhecimento do nome e sobrenome, mas com uma campanha engessada pelas regras eleitorais e pela pouca aderência de seu discurso como opositora. São meias palavras rubricadas com meias verdades. Já Flávio Dino navega “em céu de brigadeiro”, com o galardão de quem permanece à frente. É isso que as pesquisas indicam, ainda com a vantagem de carregar a força emanada do Poder Executivo, num estado onde nada acontece sem sua interferência.

Os demais candidatos – Roberto Rocha, Maura Jorge, Ramon Zapata e Odívio Neto – sumiram na fumaça do salão da festa. O horário eleitoral não provocou solavanco na corrida ao Palácio dos Leões e o eleitorado ainda não os chamou para a dança. Nem a turma do voto útil não percebeu a presença do quarteto em si. No Maranhão, em cada eleição, existem dois partidos: o dos Sarney e o dos anti-Sarney. É tipo a eleição
americana, guardada a necessária desproporção – democratas e republicanos. No Maranhão, é rara a disputa do governo quebrar essa corrente dicotômica eleitoral.

No sistema eleitoral brasileiro, cheio de nuances e artimanhas, o que caracteriza o voto útil é o mesmo que voto tático. Pode ser chamado também de voto estratégico. Ocorre em eleições com mais de dois candidatos. Um segmento de eleitores fornece informação enganadora
com o objetivo de maximizar a utilidade do seu voto. Se um eleitor acredita que o seu candidato preferido não tem chances de ganhar, por exemplo, ele pode optar por candidato que não gosta, com o objetivo de emparedar ou impedir a vitória do que detesta. A análise do voto tático é um tópico estudado pela teoria dos jogos. O jogo político o aproveita dentro de sua modelagem nativa e matreira.

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