O que já era previsível aconteceu neste fim de semana. O líder da bancada do Governo Flávio Dino (PCdoB) na Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), deputado Rogério Cafeteira (PSB), autorizado pelo Palácio dos Leões, liberou a bancada para assinar o requerimento do deputado Wellington do Curso que cria CPI para investigar supostas irregularidades na saúde pública do Maranhão.

No mesmo dia, Flávio Dino discursou de improviso na solenidade de posse do presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez, sexta-feira à noite. Fez um resumo das ações de seu governo (amplamente elogiado pelo líder empresarial) e concluiu dizendo que tem orgulho do que tem feito no ambiente de crise e de cumprir o compromisso de campanha, de “fazer um governo honrado”. A CPI pode ser um tiro no pé da oposição, pois vai aprofundar o que as polícias Federal e Civil e órgão de controle já revelaram das contas do governo Roseana Sarney.

O tom do discurso de Flávio Dino foi em resposta ao que dissera antes Edilson Baldez. Ele deu ênfase às parcerias com o governo do PCdoB, o bom relacionamento e a promessa cumprida de Dino em não interferir na iniciativa privada. Além do mais, o governo e os empresários têm mantido um efetivo entrosamento e respeito mútuo. Baldez, no final de
sua fala, defendeu a união entre o setor privado, os políticos, independentemente de partido, e o governo, único caminho para superar a crise. Na mesa e na plateia estavam Eduardo Braide e João Alberto, pela oposição.

Quanto à CPI da Saúde, que animou um acalorado debate e bate-boca entre deputados governistas e de oposição, ainda nem chegou a ser formalizada. No entanto, Rogério Cafeteira se antecipou: “Todos os parlamentares estão livres para se manifestarem de acordo com suas convicções. Não temos nada a temer”. Antes, o deputado do PSB, Bira do Pindaré, que foi secretário de Ciência e Tecnologia do governo  também defendeu a mesma posição do líder Cafeteira, sem medo de CPI.