POLÍTICA

Segundo escalão na Reforma

A barganha de cargos federais por votos no Congresso deve ser a volta da velha política no atual governo durante a Reforma da Previdência

Só no Maranhão são dezenas de cargos no segundo escalão e postos intermediários na burocracia do governo federal que deverão virar moeda de troca entre o Palácio do Planalto e o Congresso, no vale-tudo para aprovar a reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia aproveitou o sábado passado para se encontrar com o presidente da República, cuja pauta não foi nada mais nada menos que a tramitação da Reforma mais importante e complicada do governo Bolsonaro.

A barganha de cargos federais por votos no Congresso faz parte do jogo adotado pela chamada velha política – tão esconjurada por Bolsonaro –, mas que, no entanto, se renova a cada eleição. O presidente busca atender aos pedidos da base aliada e partidos que não se declaram oficialmente apoiadores de seu governo e aproveitam para fazer corpo mole na votação da PEC chamada de “pacote de maldades” de Bolsonaro – se assim lhes for conveniente, é claro.

Na verdade, desde que a democracia se tornou realidade na política brasileira, aprovação de pacotes econômicos e similares por qualquer governo nunca foi tarefa fácil, sem cansativas negociações, cara-a-cara, entre o presidente e Parlamentares. Na realidade, não se trata de uma atuação imoral, podendo até ser considerada “legítima” e “comum a todos os governos”. O que não pode ser legítimo é a prática do “toma lá dá cá”, que, novamente, o presidente foi tão incisivo na promessa bani-lo do jogo político.

Nos ministérios e órgãos vinculados, como estatais e autarquias, existem centenas de cargos em abertos ou ocupados ainda por indicações do governo Michel Temer. Na conversa de sábado, ficou acertado que o Legislativo concluiria a aprovação da PEC da Previdência, para só depois, iniciar o debate sobre as mudanças na previdência dos militares, que ainda sequer existe qualquer estudo ou minutas – que seja do conhecimento dos militares ou dos congressistas.

Uma das medidas no “pacote de maldades” de Bolsonaro que entrou na conversa dele com Rodrigo Maia foi a pressão para que o Planalto retire do texto as mudanças no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que, se aprovadas, condenarão à miséria idosos de baixa renda, pois passariam a apenas R$ 400,00 em vez dos R$ 998,00 mensais pagos atualmente. Esse é o tema que pode virar um nó cego na votação da reforma.

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