Saindo da saia justa

O ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, deputado licenciado do PV, acabou se safando de uma enrascada política das grandes. Pelo menos por enquanto ele está salvo da ira implacável dos preservacionistas internacionais e nacionais, com suas militâncias aguerridas e poder de pressão sobre o decreto que o presidente Michel Temer baixou, extinguindo a Reserva […]

O ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, deputado licenciado do PV, acabou se safando de uma enrascada política das grandes. Pelo menos por enquanto ele está salvo da ira implacável dos preservacionistas internacionais e nacionais, com suas militâncias aguerridas e poder de pressão sobre o decreto que o presidente Michel Temer baixou, extinguindo a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), bem no
coração da Amazônia. Dentro dela estão sete áreas de proteção
ambiental.

Sarney Filho estava inarredavelmente numa saia justa, diante do decreto do chefe Temer, e seu objetivo de abrir à garimpagem a exploração mineral, na área de preservação de 47 mil quilômetros quadrados, encravada entre o Pará e o Amapá com reservas indígenas dentro. Rica em ouro, cobre, manganês e outros minerais nobres, era tudo que empresas americanas, canadenses e nacionais queriam, alinhadas com o agronegócio predador.

Pressão de todo lado, Temer trocou o primeiro decreto por outro mais brando, que, finalmente, acabou sustado na sexta feira, para tentar efetivá-lo via Congresso Nacional. Como chegar ao ponto X da questão amazônica? Temer terá que percorrer caminhos sinuosos e atravessar o cipoal de protestos por onde quer que apareça. Com um processo incontrolável de devastação, tudo que o mundo não quer ver é o Estado Brasileiro assumir a dianteira da extinção do que ainda permanece de
pé e preservado. Quando tentou defender o segundo decreto, que teria “clareado” pontos obscuros na mineração amazônica, Sarney Filho sentiu que não seria poupado da avalanche de protestos mundo afora. A bomba, lançada pelo Ministério das Minas e Energia, como ação para garimpar um dinheirinho e ajudar a tapar o rombo nas contas do governo, acabou estacionada no colo de Sarney Filho. Ele ficou diante de duas portas: sair do governo, atirando e ganhando espaço político
e a simpatia dos ambientalistas, ou ficar (como fez) em busca de explicação para inexplicável. Resultado: Sarney Filho foi salvo pela pressão de fora do PV, brotada e adubada nas organizações
ambientalistas. Até o próximo vendaval.

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