Reforma meia-sola

Pelo menos sete secretários e três presidentes de órgãos estaduais vão desocupar seus assentos logo após o carnaval, na maior reforma administrativa dos três anos de governo Flávio Dino. Porém, o que via de regra seria uma profunda alteração no primeiro escalão em qualquer gestão pública, no caso maranhense, entretanto, acabará sendo apenas uma acomodação. […]

Pelo menos sete secretários e três presidentes de órgãos estaduais vão desocupar seus assentos logo após o carnaval, na maior reforma administrativa dos três anos de governo Flávio Dino. Porém, o que via de regra seria uma profunda alteração no primeiro escalão em qualquer gestão pública, no caso maranhense, entretanto, acabará sendo apenas uma acomodação. Por quê? É que Flávio Dino tem 2018 como o ano decisivo para consolidar seu programa de governo e abrir espaço para renovar o mandato em outubro.

Dentro dessa estratégia, substituir por pessoas de fora, todos os titulares dos órgãos que vão concorrer a mandato parlamentar, poderia ser, no mínimo, desastroso. Primeiro quebraria a espinha dorsal da gestão, colocando gente nova num governo que precisa mostrar a cara e o corpo inteiro do mandato conquistado em 2014, mediante proposta de inovação e de deixar para trás o passado da oligarquia Sarney.
Ademais, Dino tem uma campanha eleitoral pela frente, tendo como principal concorrente – até agora – Roseana Sarney, legítima representante do sistema que ele derrotou.

Portanto, a consolidação do projeto de mudança tão fortemente defendido terá a culminância até outubro. E para isso, o governo precisa estar afinado, com base sólida de conhecimento sobre cada área, pelos respectivos titulares. Por isso, Dino resolveu substituir os secretários pelos adjuntos. Eles sabem como parafusar cada peça da engrenagem da gestão ‘comunista’. Logo, está decidido: os adjuntos que se preparem para assumir a titularidade dos órgãos e procurar
tornar visível tudo que foi realizado, no momento em que o governador vai ter que comparar o que fez, com os feitos dos 14 anos de Roseana Sarney.

Outro aspecto a considerar na estratégia dinista é não abrir a guarda à pressão dos aliados pelos cargos graúdos no primeiro escalão. Se tiver que fazer concessões quanto a cargos, principalmente com os partidos que estão chegando à sua base política, será pelo centro da engrenagem, não no comando da locomotiva. Por isso, ele já avisou: depois do carnaval, os dirigentes vão cair fora para seus adjuntos tomarem os assentos.

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