Reflexo nas urnas de outubro
O Brasil ainda nem imagina o tamanho do prejuízo causado pela greve dos caminhoneiros,assim como as autoridades não sabem o que fazer com ela. A não ser a atitude de o presidente Temer pedir a intervenção das Forças Federais para liberar as rodovias.Em meio a esse mar tenebroso,a cúpula do Congresso e do MDB já […]
O Brasil ainda nem imagina o tamanho do prejuízo causado pela greve dos caminhoneiros,assim como as autoridades não sabem o que fazer com ela. A não ser a atitude de o presidente Temer pedir a intervenção das Forças Federais para liberar as rodovias.Em meio a esse mar tenebroso,a cúpula do Congresso e do MDB já pede a demissão do presidente da Petrobras,Pedro Parente.No Congresso Nacional,este foi o pior fim de semana desde o impeachment de Dilma Rousseff.Tontos no caos nacional,parlamentares só pensam na repercussão do movimento dos caminhoneiros nas eleições.Quem vai ganhar e quem vai perder.
O presidente da Câmara,Rodrigo Maia,provável presidenciável do DEM, e o presidente do Senado,Eunício Oliveira,do mesmo MDB de Michel Temer,querem a imediata mudança na política de preços para os combustíveis.Eles pedem que a Petrobras abra a sua caixa-preta,com a planilha de preços e a política estrutural,para o Congresso saber o que se passa na maior e mais estratégica estatal do Brasil.A situação ficou tão grave,que nem os responsáveis pela derrubada de Dilma em 2016 sabem como lidar com o movimento de uma única categoria profissional que carrega o Brasil em seus caminhões.
Hoje, já se passaram cinco dias da greve e,estranhamente,no Maranhão, nenhum emedebista de coturno alto deu um pio, sequer.Nem Roseana Sarney,nem José Sarney,que sempre aparece em reuniões no Palácio do Planalto ao lado de Michel Temer,como figuração do Poder.Nem seus deputados e senadores abriram a boca para dizer algo.É como se o assunto não dissesse respeito à atuação política dos parlamentares.Já Eunício Oliveira disse que a política de preço da Petrobras está equivocada.Significa que o tucano Pedro Parente deve ser trocado imediatamente,embora ele resista.
O que não passa despercebido é o fato de que, desde a primeira
paralisação dos caminhoneiros autônomos em 1999 e as demais em 2013 e 2015,a pauta continua a mesma em 2018.Eles reivindicam aumento no valor do frete, diminuição do custo de óleo diesel,das tarifas de pedágio e facilidade para as dívidas.Como nada foi feito – muito pelo contrário – as coisas só pioraram –,os motoristas radicalizaram.Como 2018 é ano eleitoral com o governo batendo todos os recordes de impopularidade,os grevistas vão dar o rumo e um nó na eleição de outubro.Quem viver verá.Daí o pavor do governo,dos parlamentares,da direita e da esquerda e do centro.Todos zonzos.