Reação do Lobo
Quem acha que o senador Edison Lobão chegou à presidência da Comissão e Constituição e Justiça para ter um biombo no qual se amparar das investigações da Lava-Jato, pode cuidar de pensar diferente. Como um dos inúmeros delatados da força-tarefa de Curitiba, Lobão não parece assustado com o que vê ao seu redor. Além de […]
Quem acha que o senador Edison Lobão chegou à presidência da Comissão e Constituição e Justiça para ter um biombo no qual se amparar das investigações da Lava-Jato, pode cuidar de pensar diferente. Como um dos inúmeros delatados da força-tarefa de Curitiba, Lobão não parece assustado com o que vê ao seu redor. Além de comandar nos próximos dias a sabatina de Alexandre de Moraes para
o Supremo Tribunal Federal, ele saiu da toca em que ficou por longo tempo, e saiu atirando forte na Lava-Jato.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o senador peemedebista disse que não há inconstitucionalidade na proposta de anistiar o caixa 2 aos políticos. “A figura da anistia é constitucional, qualquer que ela seja”, garantiu, sem tergiversar, também, em relação à Lava-Jato. Lobão defende mudanças na legislação sobre as delações premiadas e
diz que a Operação Lava-Jato “virou um inquérito universal”. Entende que as delações só devem ser admitidas com o delator solto e não preso, como ocorre hoje.
Falando como alguém que não teme o que pode sair de Curitiba contra si, o senador se arrisca a indagar sobre até onde vai a Lava-Jato. “Em que isso vai resultar? Não sei. Não acho que tem que ser extinta, mas conduzir ao ponto que estamos chegando, da criminalização da vida pública, é o que nos envia para a tirania”. Lobão é alvo de dois inquéritos no STF no âmbito da Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção em contratos da Petrobras, além de ser alvo de outras duas investigações derivadas da Lava-Jato sobre irregularidades na usina de Belo Monte, no Pará.