Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pede demissão
Em ofício enviado ao ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, o ambientalista Adalberto Eberhard alegou motivos pessoais para não continuar à frente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
O presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Adalberto Eberhard, pediu demissão na última segunda-feira (15). Em ofício enviado ao ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, o ambientalista alegou motivos pessoais. No entanto, no sábado, em evento na Serra Gaúcha, Salles determinou a abertura de investigação administrativa disciplinar de todos os servidores do órgão. Além disso, a pedido de Sales, o MMA vem estudando fundir o órgão ao Ibama, o que não agradava a Eberhard.
No sábado passado, em um evento no município de Tavares, ao lado de Eberhard, Salles questionou a ausência de funcionários do ICMBio. Como não havia nenhum funcionário, além do presidente do órgão, Salles pediu a abertura da investigação, pois alegou que os servidores o tinham esperado pela manhã em Mostardas, cidade vizinha. No entanto, de acordo com servidores do ICMbio, o evento de Tavares não constava da agenda do ministro na região.
Eberhard é fundador da Ecotrópica, organização não governamental que gere reservas particulares de patrimônio natural na região do Pantanal. Formado em medicina veterinária na UFRGS, ele atuou no Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Sua nomeação, no início do ano, surpreendeu os ambientalistas, que consideraram uma escolha positiva.
O ICMbio é responsável pelas unidades de conservação. Em nota, o ministro Salles agradeceu “todo o trabalho e dedicação do sr. Adalberto Eberhard no período em que presidiu o ICMBio, especialmente pela maneira com que tratou os inúmeros desafios encontrados nesse necessário processo de reestruturação”. Recentemente, o governo exonerou o funcionário que multou o presidente Jair Bolsonaro por pescar em área protegida, em 2012.