Penas que voam
A guerra no ninho tucano parece fogo em monturo no Maranhão e no comando nacional do PSDB. Depois que o senador Tasso Jereissati baixou o malho da intervenção no diretório estadual do Maranhão, na condição de presidente interino, ontem foi a vez de o senador Aécio Neves destituir o colega cearense do posto, do qual […]
A guerra no ninho tucano parece fogo em monturo no Maranhão e no comando nacional do PSDB. Depois que o senador Tasso Jereissati baixou o malho da intervenção no diretório estadual do Maranhão, na condição de presidente interino, ontem foi a vez de o senador Aécio Neves destituir o colega cearense do posto, do qual foi afastado no rolo da Lava-Jato. Tasso, um milionário nordestino, que é chamado por colegas de “coronel”, engoliu em seco a postura do mineiro. Porém, fincou o pé no PSDB, dizendo que preferiria que o próprio Aécio tomasse a iniciativa de afastá-lo da presidência.
O tempo fechou. No Maranhão, o senador Roberto Rocha e o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, apoiados por Tasso Jereissati, mandaram embora o presidente Carlos Brandão e assumiram o comando do partido. A acusação foi simples: Brandão estava usando o PSDB como linha auxiliar do governo Flávio Dino, de quem é vice. Já
no quebra-pau nacional, Aécio não quis reassumir o cargo, preferindo indicar o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para a presidência interina do PSDB.
Aécio e Tasso estão em linha de confronto, como há muito tempo não se via. Os dois tiveram uma conversa ríspida, ontem. Enquanto isso, as penas continuam voando do ninho, num capítulo emocionante do duelo entre as duas alas do PSDB: a que defende o afastamento
do governo (próxima ao grupo de Tasso, como Fernando Henrique Cardoso) e a outra que prega a continuidade da aliança com Michel Temer (próxima ao grupo de Aécio).
Na última quarta-feira, Tasso se lançou candidato à presidência do partido, quando só havia o governador de Goiás, Marconi Perillo, interessado. Tasso fez um discurso duro de combate à corrupção, como quem pretendia lembrar os rolos de Aécio, afastado depois do escândalo da JBS.É o mesmo tema de Aécio, acrescido de reconhecimento de erros e anunciando a adoção de regras de governança para os filiados. E Brasília ferveu, onde os adversários de
Aécio passaram a espalhar pelas redes sociais que, depois de golpear Dilma em 2016, ele aplicou outro golpe no próprio partido que, oficialmente, ainda preside.