Palanques sem palco

A maior eleição geral do Brasil de 2018 tem tudo para ser mais um laboratório político do que um simples ato de votar e escolher os mandatários do Executivo e do Legislativo. A pré-campanha em curso já revela as dificuldade de como os candidatos vão se relacionar com o eleitorado até o momento do voto. […]

A maior eleição geral do Brasil de 2018 tem tudo para ser mais um laboratório político do que um simples ato de votar e escolher os mandatários do Executivo e do Legislativo. A pré-campanha em curso já revela as dificuldade de como os candidatos vão se relacionar com o eleitorado até o momento do voto. Com o votante tentando fazer o seletivo eliminatório antes mesmo de a campanha começar, os postulantes a mandatos já se dão conta dos inumeráveis obstáculos pela frente.

O principal é o dinheiro público na campanha, contado centavo a centavo pelos órgãos de controle, a partir da Justiça Eleitoral. Depois os candidatos vão se confrontar com um eleitorado arredio a discursos e falatórios e mais consciente sobre a importância do voto e disposto da apagar do mapa quem tiver ficha suja no exercício da representação popular, ou crimes cometidos na vida pessoal. O debate político já saiu
do palanque tradicional e entrou definitivamente nos meios eletrônicos, onde as redes sociais viraram o pavor dos tempos modernos, e o celular, a máquina de fiscalizar más condutas.

É provável que os políticos nem pensem mais em gastar tempo e recursos com palanque na praça pública, pelo simples temor de ficar falando sozinhos. Hoje, quem fala para a multidão não vai subir em carros de som, mas distribuir suas mensagens pelos meios eletrônicos, com imediata repercussão negativa ou positiva do eleitorado interligado nas redes sociais. Com apenas 52 dias de campanha, os
candidatos estão apavorados com seus projetos no modelo antigo para um público deste maluco século 21.

Com a principal liderança da esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, os partidos de centro e de direita estão divididos, travando debate em que todos têm mais a perder do que ganhar. A extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL) avança serelepe. A eleição entrou num cenário de guerra, mas a tropa de artilharia não parece preparada para
confrontos cibernéticos, onde ocorrerá a verdadeira guerra pelo voto. Portanto, até às convenções, o cenário das eleições será completamente alterado. Marina Silva, Alckmin, Ciro Gomes, petistas e bolsonaristas estão zonzos.

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