O vice que presta

Faltam 14 meses para as eleições de 2018 e o país permanece afogado na crise e ao mesmo tempo tentando aprovar barulhentas reformas no Congresso – as que mexem no bolso dos brasileiros e também no seu jeito de votar. São as reformas da Previdência, que se interagem organicamente com a tributária e complementam a […]

Faltam 14 meses para as eleições de 2018 e o país permanece afogado na crise e ao mesmo tempo tentando aprovar barulhentas reformas no Congresso – as que mexem no bolso dos brasileiros e também no seu jeito de votar. São as reformas da Previdência, que se interagem organicamente com a tributária e complementam a trabalhista, já transformada em lei. No mesmo pacote de mudanças, os congressistas correm contra o tempo para alterar a regra das eleições de 2018 e depois delas. A reforma política, pelas circunstâncias da pressa, está ganhando na corrida às demais, de ordem financeira.

No meio da alteração no jeito de votar, aparece até um apêndice que pode matar a figura do vice. Derrubaria todos da Presidência da República às prefeituras dos 5.570 municípios.Assim, a figura mais controversa na história passada e presente do Brasil – o vice – pode estar com os dias contados. Conspiradores em potencial, os vices incrivelmente quase sempre nunca gostaram de ser “vice”. São poucos que respeitam e são respeitados pelo titular, a exemplo do vice governador do Maranhão, Carlos Brandão. Ele virou quase a exceção à regra de “conspirador”. Do PSDB, Brandão é ideologicamente o oposto de Flávio Dino, do PCdoB. Mas vivem respeitosamente e colaborativos, cada qual no seu pedaço.

Mas, se a reforma política passar com a asfixia dos vices, o próximo presidente da República não correrá o risco de um impeachment comandado pelo vice, como foi Dilma Rousseff. Flávio Dino nem precisa quebrar a cabeça para acomodar um companheiro de chapa de origem vermelha, amarela ou azul. E Carlos Brandão entrará para a história do Maranhão como o último vice-governador, que terminou o mandato
sem o carimbo de conspirador. Mas fica a pergunta: E um vice-presidente da República, sendo o presidente da Câmara, como quer a reforma política, não seria mais perigoso do que um Eduardo Cunha? Portanto, vice bom é o vice tipo José Sarney, que assumiu o Planalto, já com o titular enterrado. Assim fez a história de seus cinco anos turbulentos na Presidência, sem vice a perturbá-lo.

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