Senado

O tira-teima do Centro de Lançamento de Alcântara

O tema mais polêmico da área científica e das relações entre Brasil e Estados Unidos, centrado no Acordo de Salvaguardas Tecnológicas sobre a Base de Lançamentos de Alcântara, foi debatido ontem no Senado pelo ministro Marcos Pontes

O tema mais polêmico da área científica e das relações entre Brasil e Estados Unidos, centrado no Acordo de Salvaguardas Tecnológicas sobre a Base de Lançamentos de Alcântara, foi debatido ontem no Senado pelo ministro Marcos Pontes. O titular da pasta da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, expôs, em reunião com senadores e até o secretáriodo governo do Maranhão, Davi Teles, o detalhamento do AST.

Pontes foi questionado por vários senadores, dentre os quais, os três do Maranhão – Eliziane Gama, Weverton Rocha e Roberto Rocha. Eliziane foi incisiva ao detalhar a situação das mais de 200 famílias de pescadores e quilombolas, removidas na década de 80, de suas casas para agrovilas, com a promessa de assistência em várias áreas, mas nada aconteceu. Agora, que o ministro diz que a população será “beneficiada”, a senadora pediu que ele esclarecesse quais seriam os benefícios, também quanto a questão da soberania nacional e ainda o compartilhamento de tecnologia com os brasileiros.

Numa abordagem mais generalizada sobre o projeto especial brasileiro, Pontes disse que atualmente estima-se que quase dois mil satélites estão operando no espaço. Na próxima década esse número deve superar 10 mil unidades orbitando a Terra. Ou seja, “o mundo precisa cada vez mais de estruturas capazes de lançar esses satélites de forma eficiente técnica e economicamente”, adianta o ministro. E garantiu que quem decide sobre o acesso a qualquer parte do Centro Espacial de Alcântara e controla todas as operações é o Brasil. “A soberania é inviolável”.

Explicou o ministro que o mundo vive a era dos satélites. A operação de um centro espacial comercial, como o CLA, possui um potencial único capaz de inserir o Brasil como um grande player no setor aeroespacial. Em 20 anos, estima-se que, devido a não aprovação do AST, o Brasil perdeu aproximadamente US$ 3,9 bilhões (equivalente a R$ 15 bilhões) em receitas de lançamentos não realizados, considerando-se apenas 5% dos lançamentos  ocorridos no mundo neste período, além de não desenvolver o potencial tecnológico e de turismo regional. Dito isso, Pontes foi sabatinado por senadores de vários estados, tamanha a importância e a magnitude do AST firmado nos Estados Unidos.

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