Depois de ter tido um maranhense na presidência da República, mesmo sem o voto dos brasileiros, e um nordestino camponês eleito e reeleito pela via direta, a disputa presidencial deste ano contará com uma índia. O que é mais importante, Guajajara, etnia mais numerosa no Maranhão, da qual se destaca Sônia Guajajara, com ampla representação mundial na defesa dos povos indígenas e de outras lutas.

O coordenador do MTST e líder da frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, deverá lançar sua pré-candidatura à Presidência pelo Psol no próximo sábado, 3, em São Paulo. A vice na chapa de Boulos deve ser a líder indígena Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), uma organização que já teve assento até na Organização das Nações Unidas.

Aliás, de forte presença nas principais lutas indígenas dos últimos anos, a maranhense Sônia Bone Guajajara (Psol) foi pré-lançada como candidata à Presidência, pelo chamado setor Ecossocialista. Na Carta em defesa de seu nome, o movimento a apresenta como alternativa para “arrancar das mãos das corporações o controle das decisões políticas e da produção econômica, reformular desde a matriz energética até os valores, descolonizar a Vida”.

Diz ainda a Carta que a candidatura de Sônia significaria “abrir caminho para a sociedade da felicidade e do amor, da justiça, do bem-viver e do reencontro com o restante da natureza em oposição à distopia de terra arrasada a que o capitalismo nos está conduzindo”. Agora, o Boulos, uma liderança urbana, do maior momento social que luta por moradia nas grandes cidades e no interior do Brasil, está acertando o passo com a índia Guajajara. Ela é formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão. Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural. Percorre o mundo participando de eventos e fazendo conferências.