O recesso e a recessão
Julho antecede agosto, o chamado mês do desgosto, mas também dos primeiros Jogos Olímpicos no Brasil e do recesso parlamentar. Diz o dicionário Michaelle que, recesso é local remoto e afastado; retiro, recanto, lugarejo. Também férias dos congressistas, parlamentares estaduais e vereadores. O Judiciário também, conforme previsto na Lei Orgânica da Magistratura, os tribunais superiores […]
Julho antecede agosto, o chamado mês do desgosto, mas também dos primeiros Jogos Olímpicos no Brasil e do recesso parlamentar. Diz o dicionário Michaelle que, recesso é local remoto e afastado; retiro, recanto, lugarejo. Também férias dos congressistas, parlamentares estaduais e vereadores.
O Judiciário também, conforme previsto na Lei Orgânica da Magistratura, os tribunais superiores tem suas férias em julho, quando o atendimento ao publico passa a ser em horário diferenciado.
Toda essa onda de recesso, que inclui alunos e professores, ocorre num país em recessão profunda. Em meio a uma crise sem precedentes nos tempos recentes, as autoridades com seus salários agigantados e privilégios infindáveis, solenemente, vão fazendo de conta que não têm nada com isso.
Dane-se o povo e viva os poderosos. A recessão e recesso parecem até sinônimos. Para os poderosos a recessão é apenas uma questão psicológica, que passa distante de suas vidas nababescas.
Na Câmara dos Deputados, cujo presidente Rodrigo Maia não completou uma semana no cargo mas já definiu que só terá sessão duas vezes por semana enquanto durar as Olimpíadas. Depois entra o recesso branco das eleições municipais, quando os parlamentares vão cuidar de eleger prefeitos e vereadores em suas bases eleitorais.
Tudo isso acontecendo quando a população ganha mais forças nas mobilizações de ruas para reivindicar direitos esbulhados. Todos têm salários de marajá, casa para morar, ajuda escolar aos filhos, passagens de graça, plano de saúde, de alimentação e até de suas farras a gente paga.