O distritão é atalho malandro

Acossados por denúncias de corrupção de naturezas diversas e brotadas em fontes da Lava-Jato ou resgatadas em investigações mofentas do passado, deputados e senadores tentam inventar uma alternativa que ludibrie, mais uma vez, o eleitor incauto. A aprovação do modelo “distritão” de voto, na comissão especial da reforma política na Câmara, não passa de uma […]

Acossados por denúncias de corrupção de naturezas diversas e brotadas em fontes da Lava-Jato ou resgatadas em investigações mofentas do passado, deputados e senadores tentam inventar uma alternativa que ludibrie, mais uma vez, o eleitor incauto. A aprovação do modelo “distritão” de voto, na comissão especial da reforma política na
Câmara, não passa de uma embromação, sem qualquer aparência de avanço democrático. Muito pelo contrário.

Há uma unanimidade de que o projeto é um baita atalho malandro, sob medida, para confundir o eleitor politicamente desinformado. Para não dizer analfabeto político. Se for referendada em plenário e convertida em lei, o que sairá da votação será a entronização dos caciques partidários no próximo Congresso. Até os partidos nanicos, sem estrutura e sem dinheiro de empresas, vão morrer por asfixia pelas velhas raposas.

O maior golpe será dado pelos dirigentes dos partidos. São eles, coitados dos inocentes, quem vão definir quem pode e quem não pode ser candidato. Como bem comparou o jornalista Paulo José Cunha no site Congresso em Foco. “Os monarcas déspotas escolherão os que irão viver e os que irão pra guilhotina. Nesse sistema, ganha quem tem mais votos, logo, os caciques escolherão apenas quem tem grandes chances de se eleger.”

Portadores de bandeiras populares, tipo sem-terra, sem-teto trabalhadores, causa de aborto, reforma agrária e inúmeros outros queixumes sociais, vão dançar. No Maranhão, os deputados das famílias que mandaram décadas estão prontos para sobreviver ao impacto de uma reforma feita por eles e para eles. Será a reforma das celebridades.
Quem for artista, das redes sociais, donos de TV, músicos e políticos donos da bufunça se darão bem. Portanto, besta é quem ainda se ilude com eles. Os de sempre.

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