O dinheiro privado e as eleições

O peso do dinheiro empresarial tem sido tanto a fonte de corrupção eleitoral, como a base principal que sustenta as campanhas desde quando o Brasil saiu da ditadura para a redemocratização. Este ano, porém, esse tipo de “financiamento”, que a bem da verdade é “empréstimo consignado”, está proibido. Nenhum sinal Já os partidos, até agora, […]

O peso do dinheiro empresarial tem sido tanto a fonte de corrupção eleitoral, como a base principal que sustenta as campanhas desde quando o Brasil saiu da ditadura para a redemocratização. Este ano, porém, esse tipo de “financiamento”, que a bem da verdade é “empréstimo consignado”, está proibido.

Nenhum sinal
Já os partidos, até agora, não deram sinal de como vão encarar a nova realidade financeira, contando apenas com o dinheiro do fundo partidário e de contribuições individuais. Mesmo assim, com limite definido de no máximo 20% da renda declarada à Receita.

Montante
Só para se imaginar o volume de dinheiro que permeia as campanhas, em 2014 o Tribunal Superior Eleitoral contabilizou o montante de R$ 5,1 bilhões nas disputas da Presidência da República, das cadeiras de senadores e deputados estaduais e federais. O valor é estupidamente maior do que os gastos de 2002, quando essa despesa não passou de R$ 792 milhões.

Dependência
Dos 28 partidos que elegeram pelo menos um deputado em 2014, nenhum gastou menos do que R$ 10 milhões – gasto registrado pelo PSOL, por exemplo. As eleições municipais de 2012, somaram gastos gerais de R$ 5,6 bilhões. Só as empresas financiaram 95%, o que torna as eleições altamente dependentes do dinheiro privado, com os eleitos reféns dos interesses alheios à atividade parlamentar. Eles não são donos dos mandatos. Tais valores, obviamente não incluem o velho conhecido “caixa-2”, agiotagem e outras práticas que deformam o sistema representativo brasileiro.

Reinvenção
Não é à toa que a proibição do financiamento foi a maior polêmica de 2015 na Câmara, Senado e STF, que deu-lhe o golpe de misericórdia. Este ano os partidos terão que se reinventar na organização e planejamento das campanhas municipais.

Crise
Em tempo de crise, os candidatos terão apenas a metade dos 90 dias dos pleitos passados, para fazer suas campanhas, e apenas 35 dias de horário gratuito na TV e rádio. Por aí já se pode imaginar como será a movimentação dos candidatos em busca de voto perante um eleitorado que aprendeu a “vendê-lo” a quem pagar mais.

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