No vai ou racha
A poucas horas de enfrentar a sessão na Câmara dos Deputados que pode definir hoje o futuro do seu governo, o presidente Michel Temer usa e abusa da máquina federal para conquistar votos. Desde antes da votação na CCJ, que a dinheirama corre solta, de emendas parlamentares a projetos variados nas bases eleitorais dos aliados. […]
A poucas horas de enfrentar a sessão na Câmara dos Deputados que pode definir hoje o futuro do seu governo, o presidente Michel Temer usa e abusa da máquina federal para conquistar votos. Desde antes da votação na CCJ, que a dinheirama corre solta, de emendas parlamentares a projetos variados nas bases eleitorais dos aliados.
Os deputados estaduais maranhenses que sonham com um mandato na Câmara já sentem no interior o efeito dessa política abastecida pelo Planalto.
Pelo país afora, bilhões de reais estão sendo liberados e prometidos aos deputados, num jogo pesadíssimo, que inclui emendas parlamentares, projetos em municípios e estados, criação de cargos comissionados e atendimento de demandas específicas de bancadas. Tudo contrastando com o discurso de “sacrifício” evocado por Temer. Até a política de ajuste fiscal pode acabar prejudicada na campanha “salva Temer!”
O Planalto nunca foi tão generoso com deputados na liberação de emendas, cujos recursos são aplicados nas bases eleitorais de cada um. Os do Maranhão, por exemplo, receberão de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões, que fazem uma diferença danada em ano de pré-campanha eleitoral sem dinheiro de empresas. Entre junho e julho, depois do escândalo da JBS, o governo liberou R$ 4,1 bilhões para esse fim político.
De acordo com a ONG Contas Abertas, parlamentares que declaram abertamente apoio a Temer receberam em média a promessa de R$ 1 milhão a mais do que os deputados que vão votar pela aprovação da denúncia. Dilma também liberou R$ 3,2 bilhões antes do impeachment, mas de nada adiantou. Já na CCJ da Câmara, 36 dos 40 deputados que votaram a favor do presidente foram contemplados com R$ 134 milhões. O campeão foi justamente Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que apresentou o novo relatório.