No jeito, Alema aprova MPs
Quando presidia a Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado Nagib Haickel gostava de responder às reclamações da oposição com uma frase cortante: “Maioria que não manda, não é maioria. Minoria que não reclama, não é minoria”. Ele, com tal frase, politicamente incorreta, mas absolutamente verdadeira, falava o que se passa em qualquer parlamento, até onde […]
Quando presidia a Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado
Nagib Haickel gostava de responder às reclamações da oposição com uma frase cortante: “Maioria que não manda, não é maioria. Minoria que não reclama, não é minoria”. Ele, com tal frase, politicamente incorreta, mas absolutamente verdadeira, falava o que se passa em qualquer parlamento, até onde a democracia é apenas uma retórica.
Ontem, a mesma Alema que Nagib presidiu, aprovou com protestos articulados dos deputados da oposição, pelo menos quatro das nove medidas provisórias que o governo Flávio Dino enviou. A oposição, comandada pelos deputados Adriano Sarney (PV), Andrea Murad (PMDB), Eduardo Braide (PMN) e Wellington do Curso (PP) fizeram barulho, questionaram as MPs, pediram conferência de quórum, acusaram o governo disso e daquilo, mas, no final, a matéria foi aprovada do jeito que chegou.
Humberto Coutinho, que preside a Casa com forte pulso, mas sem desrespeitar os opositores do governo, conduziu os trabalhos com firme serenidade, os contrários às MPs discursarem à vontade e os textos serão sancionados como quer o governador. Os dois primeiros projetos tratam do seguinte: 1) institui o sistema de tributação para a refinaria que será instalada em Bacabeira; 2) as mesmas concessões à siderúrgica, também prevista para o mesmo município, ambos projetos de investimentos chineses.
Os outros dois projetos, também como MPs, tratam da contração temporária de funcionários de “excepcional interesse público” no sistema penitenciário do estado. A quarta MP aprovada institui o programa estadual de apoio ao transporte escolar indígena. Esse material aprovado representava a maior resistência da oposição e, também, de deputados da base, alguns fazendo “corpo mole” pelo não pagamento, pelo governo, de suas emendas. Esse quesito é a matriz de choramingados permanentes de oposição e governistas.