BASTIDORES

Na rota de 2022

O que está claro no bate-rebate de desaforos entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL), partido mais direitista do Brasil, e o governador Flávio Dino, do PCdoB, é o aquecimento da disputa presidencial de 2022. Governado desde 2015 pelo único político que conseguiu chegar ao seu ao posto como filiado ao PCdoB – Flávio Dino – […]

O que está claro no bate-rebate de desaforos entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL), partido mais direitista do Brasil, e o governador Flávio Dino, do PCdoB, é o aquecimento da disputa presidencial de 2022. Governado desde 2015 pelo único político que conseguiu chegar ao seu ao posto como filiado ao PCdoB – Flávio Dino – o Maranhão, porém, está longe de ser um estado comunista, no sentido sociológico e histórico. Nem por isso, ele deixa de ser alvo preferencial da nova e raivosa direita bolsonarista, que chegou ao Palácio do Planalto há apenas sete meses.

Nela, Bolsonaro já vê Flávio Dino como adversário pela esquerda, ao tempo em que procura desqualificá-lo como gestor, mesmo sendo apontado em pesquisa com alto nível de governabilidade. Essa campanha nas redes sociais para demonizar o governo, por ser “comunista”, é desinformação e recalque de perdedor. Achar-se que a ideologia de esquerda – que visa retirar o Estado ou o sistema capitalista de forma abrupta ou revolucionária – está implantada no Maranhão é pura insanidade ou má fé. Dizer que o Maranhão tem um governo comunista é o mesmo que acreditar vaticinar que o Vaticano tem um papa socialista.

Mas a direita tem sim seus méritos e estratégia de ação política no Brasil de Bolsonaro. A esquerda saiu da derrota do PT em 2015 desmantelado e sem rumo. Ao invés de procurar se fortalecer, fez o contrário. Foi para a eleição de 2018 em total desvantagem. Tinha a Lava-Jato, o Judiciário, o MP, o conglomerado das mídias e o governo Temer dando o suporte que a esquerda perdera.

A caminho de 2022, Bolsonaro tem o poder, aprendeu a fazer o jogo do Congresso e conta com Rodrigo Maia marcando dupla sena. Ora sinaliza ser contra o Planalto e atrai o Centrão e parte da esquerda, ora “vende” caro essa força a Bolsonaro. Foi assim na votação da reforma da Previdência, em que o PDT e o PSB racharam no meio e votaram contra a orientação da direção. Flávio Dino, portanto, tem um pedregulho a transpor se quiser ser candidato das esquerdas. Difícil é uni-las numa frente para enfrentar Bolsonaro, com o evangelismo, das bancadas da bala, do Agro, das armas e dos bancos.

Unir é preciso
 

Flávio Dino está com quatro anos e meio com aprovação em alta. Bolsonaro com a dele em queda e a economia estagnada na crise. Mas o direitismo brasileiro o segue, jogando pesado e articulado, contra a esquerda, agindo com um exército sem general. No puxa-encolhe, a direita deita e rola.

Privilégios
 

Lula não tem previsão de siar da cadeia. A esquerda não um líder substituto. Bolsonaro é o general da direta. Não tocou nem de longe nos privilégios e salários de marajás dos que o apoiam. Se vai economizar R$ 1 trilhão não será cortando da elite do contracheque robusto.

Falta envernizar
 

A questão ideológica entre esquerda e direita está em segundo plano. Bolsonaro se acha o senhor um Mike Tyson diante de um Maguila. As chances sofrer um nocaute de Maguila é quase zero. Bolsonaro ganhou o 1º round da Reforma da Previdência e se botar um verniza no projeto das armas, ganha também.

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