Muxoxos e salamaleques

O ano pré-eleitoral está chegando ao fim. Daqui a 75 dias já chega 2018 com todas as contradições políticas, guerra pelo voto, escancarando indicadores do ano findo e projetando outros dados sobre o que nos aguarda. É o ano da definição de rumo. De arrependimentos ou de confirmação. De abonação dos atos de governo ou […]

O ano pré-eleitoral está chegando ao fim. Daqui a 75 dias já chega 2018 com todas as contradições políticas, guerra pelo voto, escancarando indicadores do ano findo e projetando outros dados sobre o que nos aguarda. É o ano da definição de rumo. De arrependimentos ou de confirmação. De abonação dos atos de governo ou de rejeição e até das atitudes de cada cidadão diante da realidade. É um ano de idiossincrasias onomatopaicas aplicadas ao cotidiano do cidadão. Ano de muxoxos e salamaleques, mesmo sem adeptos da cultura islâmica no pedaço.

O Maranhão vive politicamente uma situação atípica. Tem um governador que em 2014 quebrou a espinha dorsal
do grupo político, o sarneísmo, que mandou e desmandou
durante quase meio século, obviamente, descontados os
interstícios esporádicos. Excetuando-se apenas dois anos
e cinco meses de Jackson Lago (que nunca bebeu na fonte
sarneísta), os demais governadores “escaparam” do sistema
mandonista, por pirraça (Nunes Freire e Cafeteira) ou desobediência
cabal, como José Reinaldo Tavares e João Castelo.

Agora, os velhos tempos estão de volta na política maranhense, com o mesmo velho grupo tentando a retomada da Bastilha. Flávio Dino tenta se entrincheirar como pode, juntando pedras daqui e dali, como está fazendo com a reforma do secretariado em que o PT, principal peça à esquerda do governo, está com uma banda dentro e a outra fora, a CND, esbravejando. O sociológico Nonato Chocolate, ligado à corrente liderada pelo deputado Zé Inácio, disse em artigo “que o PT quer Flávio Dino, mas ele não quer o PT”. A CND tem 40% da legenda no Maranhão. É uma espécie de alerta: “Se não me quiser, tem quem queira”
(Roseana), como diz a música de Antônio Vieira.

Assim, o Maranhão continua dividido entre os saudosistas do sarneísmo e os agregados ao “comunismo” de Flávio Dino. Como ano eleitoral é tempo de jabuti subir em árvore e cavalo voar, os maranhenses ficam à mercê da boataria sem limite, dos nhenhenhéns e dos salamaleques falseados, ouvindo ranger de dentes, empulhação e esculhambação. Sem falar nas pesquisas fajutas feitas de encomenda para ressuscitar mortos e enterrar vivos. Há muito estrebucho nesse mar de incertezas, pobreza e seculares mazelas sociais, que fizeram do Maranhão o estado mais pobre do Brasil. Isso, miseravelmente, é “cultura” para quem fecha os olhos ao drama dos que perambulam pelas beiradas da abastança.

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