Marco Aurélio: “Só mordaça”
O presidente Jair Bolsonaro parece não se incomodar com suas falações polêmicas que vem soltando ao léu, sem medir as consequências por elas saírem da banca do presidente da República e atingirem a própria postura. Em meio à crise que vem provocando toda sorte de incongruências institucionais e perplexidades coletivas, o presidente não consegue sair […]
O presidente Jair Bolsonaro parece não se incomodar com suas falações polêmicas que vem soltando ao léu, sem medir as consequências por elas saírem da banca do presidente da República e atingirem a própria postura. Em meio à crise que vem provocando toda sorte de incongruências institucionais e perplexidades coletivas, o presidente não consegue sair do epicentro do furacão político que divide o Brasil em regiões e legiões de odientos e odiados. As redes sociais viraram ferramentas dessa guerra insana alimentada pelo Planalto.
Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, disse aos jornalistas estar muito preocupado com o destempero verbal do chefe da nação. Ele, por sua vez, sabe a quem se dirige e para qual plateia faz suas revelações que repercutem no cangaço virtual. Na segunda-feira, Bolsonaro, numa demonstração de irritação, sugeriu que Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e desaparecido depois de preso durante a ditadura militar, teria sido assassinado por companheiros que suspeitavam de traição.
Até na historiografia oficial, Fernando Santa Cruz foi assassinado nos porões da ditadura de 1964 e o corpo, como muitos outros, continua desaparecido. Mas o presidente disse que sabe como ele morreu. Como Bolsonaro tanto fala como age em projetos, decretos e medidas provisórias, líderes e dirigentes de partidos pregam uma reação do Parlamento a declarações dele. Defendem que o Congresso avalie extinguir a figura das medidas provisórias e derrubar todo decreto em que o chefe do Planalto exorbitar de suas funções, independentemente do conteúdo. Se esses parlamentares vão obter sucesso na empreitada é uma pergunta não tão fácil de responder. Afinal, a oposição apostava piamente que a reforma da Previdência seria derrotada na Câmara, mas passou com folga, até além do esperado pelo Planalto. Por isso o ministro Marco Aurélio disparou o seu desapontamento sobre o momento atual: “Tempos estranhos. Aonde vamos parar?”. E para completar sua preocupação, o ministro sugeriu: “Só aparelho de mordaça pode conter Bolsonaro”. Já o presidente da OAB promete recorrer ao STF, juntamente com os ex-presidentes da entidade, com interpelação ao presidente Bolsonaro.
Como garantia
Tornado réu, semana passada, na Lava-Jato, o ex-senador Edison Lobão teve o montante de R$ 1,9 milhão bloqueado em suas contas bancárias. A ordem de bloqueio foi da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na Lava Jato. E o filho Márcio Lobão e a esposa também viraram réus.
Falta o mérito
Por haver levantado suspeita da juíza de Coroatá, Anelise Reginato, feita pela defesa do deputado Márcio Jerry, o juiz Júlio César Prazeres, do TRE, mandou suspender o trâmite de processo eleitoral contra o mandato do governador Flávio Dino e de Márcio Jerry. Eles foram denunciados por suposto crime eleitorais em 2016.
Desde 2016
O magistrado vai esperar o julgamento da suspeição da juíza, para dar andamento ao feito jurídico. O imbróglio vem rolado desde as eleições de 2016, em Coroatá. Inclusive o prefeito Luís da Amolevar Filho é parte da denúncia formulada pelo MPE e por Ricardo Murad.