Julgamento para a história

A semana que antecede a do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Tribunal Federal da 4ª Divisão, em Porto Alegre, acende um debate nacional. Primeiro, se haverá mobilização popular pelo país afora e na capital gaúcha em favor do ex-presidente. Segundo, se os movimentos que se opõem a Lula e ao PT […]

A semana que antecede a do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Tribunal Federal da 4ª Divisão, em Porto Alegre, acende um debate nacional. Primeiro, se haverá mobilização popular pelo país afora e na capital gaúcha em favor do ex-presidente. Segundo, se os movimentos que se opõem a Lula e ao PT vão recuperar a força de 2013, quando entupiram as ruas contra Dilma Rousseff, aparecendo, de quebra, a figura das “paneleiras” chiques em bairros igualmente de luxo.

Elas sumiram a partir do momento em que a derrubada da presidente Dilma foi consolidada. A partir de então, os movimentos de direita, que hoje apoiam a candidatura presidencial do deputado Jair Bolsonaro e defendem a volta dos militares ao poder, ocupam espaço significativo,
principalmente nas redes sociais. Outro ponto relevante diz respeito ao Judiciário. O debate mais forte é sobre o julgamento em si. Se Lula será julgado com isenção e imparcialidade pelos desembargadores de Porto Alegre, ou será condenado, mantendo a sentença de Sérgio Moro, que a
defesa do petista diz ter sido “política”.

Tudo isso passa diretamente pela disputa presidencial. O movimento em prol da candidatura de Lula à sucessão presidencial ganha contornos populares, pela sua figura, pelo que representa para a sobrevida da esquerda e pelo que foi como presidente da República. Trata-se de uma discussão que atravessa o país e chega ao Maranhão. Lula, sendo ou não candidato, marca dois cenários distintos. Ele, como candidato subiria no palanque de Flávio Dino, de Roseana Sarney ou em nenhum?

Roseana atraiu, nas duas últimas eleições estaduais, o PT para a coligação do MDB. Caso Lula seja candidato, não resta a menor dúvida de que ele terá um peso extraordinário na corrida rumo ao Palácio dos Leões. Afinal, o Maranhão deu votações estrondosas tanto para Lula quanto para Dilma Rousseff. Ao redor de 90%. Numa eleição polarizada
como está previsto em outubro, não resta dúvida de que a figura do petista tem poder determinante. Vale, portanto, conferir o desfecho. Flávio Dino é lulista, literalmente, desde criancinha, como militante do PT. Roseana, por sua vez, é Sarney. E Sarney, todos sabem como usa o seu poder de articulação e também o de desarticulação.

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