BASTIDORES

Horizonte turvo

O ano de 2019, que já deixou os primeiros 120 dias para trás, tem sido marcado mais por debates e fofocas em redes sociais envolvendo os três poderes da República do que propostas para enfrentar a crise prolongada. Os empresários perderam a confiança e o Brasil foi excluído dos 25 países mais confiáveis para receber […]

O ano de 2019, que já deixou os primeiros 120 dias para trás, tem sido marcado mais por debates e fofocas em redes sociais envolvendo os três poderes da República do que propostas para enfrentar a crise prolongada. Os empresários perderam a confiança e o Brasil foi excluído dos 25 países mais confiáveis para receber investimentos de multinacionais. Internamente, o endividamento das famílias brasileiras chegou a 62,7% do total, em abril deste ano, segundo pesquisa da CNC – um recorde. Pior cenário ficou para as famílias que não podem pagar de jeito nenhum o que devem – 9,5%. É um dos sinais latentes da paralisia econômica que o governo Jair Bolsonaro até agora não apontou o rumo. Ele condiciona a recuperação econômica à aprovação da Reforma da Previdência, com a qual promete “economizar” a montanha de R$ 1,2 trilhão em 10 anos. Enquanto isso, dados da CNI indicam que a proporção de atividades com queda interanual passou de 35,5% para 66,6% dos 93 ramos industriais investigados, entre o primeiro trimestre de 2018 e o primeiro de 2019. Levantamento encomendado pelo banco BTG Pactual com empresários brasileiros apontou que 55% acreditam na estagnação ou na retração nos empregos. Para 43%, o nível de postos de trabalho se manterá igual, 9% acreditam que diminuirá um pouco e 3%, que vai cair muito. De fato, falta um horizonte que reanime o empresário a gerar emprego e renda ao trabalhador. Tem havido muita discussão e pouca produção que alavanque os setores essenciais, como, por exemplo, a Construção Civil. Segundo dados da FGV, a inflação para famílias com renda de 1 a 2,5 salários mínimos avançou em abril e acumula uma taxa de 0,73%; em 12 meses, o indicador acumula alta de 5,86%, acima do índice geral, que foi de 5,19%. Se não bastasse, de 191 países monitorados pelo FMI, 90% terão um crescimento médio melhor do que o do Brasil entre 2011 e 2020. Os economistas já sorriem amarelo, sem graça com as previsões furadas de recuperação. Mais que isso, parecem desnorteados. Eles não têm explicação para as projeções de alavancagem do crescimento do PIB 2019 que, mirrado, já é considerado um chabu.

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