Guerra sem trégua

A guerra está declarada. De um lado, o grupo Sarney atualiza artilharia e não economiza munição contra o único alvo: Flávio Dino. Ele é o mandachuva do Palácio dos Leões, ocupado durante longos 13 anos por Roseana Sarney, em períodos alternados, entre 1995 e 2014. Mas Roseana foi apenas a parte menor do meio século […]

A guerra está declarada. De um lado, o grupo Sarney atualiza artilharia e não economiza munição contra o único alvo: Flávio Dino. Ele é o mandachuva do Palácio dos Leões, ocupado durante longos 13 anos por Roseana Sarney, em períodos alternados, entre 1995 e 2014. Mas Roseana foi apenas a parte menor do meio século que o sarneísmo mandou no Maranhão, sem conseguir, porém, desgrudá-lo da humilhante condição de estado mais miserável da federação brasileira.
A velha tática do sarneísmo de massacrar adversários, a cada vez que perde o comando do governo, é repetida sempre com os mesmos instrumentos. O principal deles são as mídias que controla com sucesso, inversamente proporcional às condições sociais da população, com suas desigualdades dramaticamente inaceitáveis no modelo de modernidade a que o Brasil alcançou. O Maranhão se perdeu no caminho da infâmia social e nunca mais se achou.
O Nordeste todo, com seus dramas seculares da seca e da falta de oportunidades, assim mesmo cresceu como nenhuma outra região do Brasil. Enquanto isso, o estado do Meio-Note, com água em abundância e potencial inigualável, parou. Não descola do rabo da fila da insolvência, da pobreza e da indigência. Até o Piauí, motivo de chacota dos maranhenses, avançou e já olha o vizinho do lado de cá do Parnaíba, pelo retrovisor do atraso. Com tanto tempo mandando e desmandando no governo, o Grupo Sarney, ainda assim, não se conforma em ter perdido a eleição em 2014.
Com uma poderosa estrutura de poder construída ao longo das décadas no Judiciário, no empresariado, no Legislativo e até no Executivo estadual e federal, os Sarney estão prontos para novo embate. Alvo 2: a retomada do Palácio dos Leões. Desde Nunes Freire, passando por João Castelo, José Reinaldo e Jackson Lago, que desafi aram o sarneísmo, agora, a bola da vez é Flávio Dino. A diferença, porém, não está no seu partido comunista, mas no talento e na coragem dele de enfrentar adversidades, com liderança e como gestor, o atraso. Faz o que o sarneísmo sempre falou que fez. Dino olha para os pobres com políticas de Estado, sem, contudo, abandonar o capital que produz e gera riqueza. Isso parece antídoto a causar arrepio nos Sarney e seus saudosistas.

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