Frentes sem costas
Com apenas seis meses de governo Bolsonaro e faltando três anos e meio para a eleição presidencial de 2022, o tema, mesmo distante, já incendeia o debate político. Flávio Dino, único governador da história do PCdoB, já se posta no centro dessa discussão de 2022, como quem se dispõe a disputar o Planalto. Por isso, […]
Com apenas seis meses de governo Bolsonaro e faltando três anos e meio para a eleição presidencial de 2022, o tema, mesmo distante, já incendeia o debate político. Flávio Dino, único governador da história do PCdoB, já se posta no centro dessa discussão de 2022, como quem se dispõe a disputar o Planalto. Por isso, virou alvo preferencial do presidente e seus seguidores bolsonaristas nas redes sociais.
Como nenhum nome do centro, até agora, sinaliza disposição de enfrentar a encrenca presidencial, os nomes mais à esquerda, enquanto se mexem, também, já se olham atravessados, cheios de desconfiança. Flávio Dino fala com os ex-presidentes, inclusive o adversário paroquial José Sarney, propondo uma frente ampla para defender a democracia do risco autoritário de Bolsonaro que. Este, por sua vez, não esconde o desejo de concorrer à reeleição. Quando percebeu muita animação do vice, Hamilton Mourão, Bolsonaro mandou-lhe um recado direto: “2022 será eu de novo”.
Correndo pelo mesmo flanco esquerdista, o ex-ministro petista Fernando Haddad, que perdeu para Bolsonaro em 2018, também levanta a mesma bandeira da frente defendida por Flávio Dino. Ele abriu diálogo com lideranças como Guilherme Boulos, do MTST, o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), o presidente do PSB, Ricardo Coutinho, e outros partidos de centro-esquerda. Ele avalia que “os partidos de centro perderam o bonde da história, apoiando Bolsonaro em 2018 e agora estão envergonhados”.
Com o país dividido entre esquerda e direita como nunca se viu em décadas, o ex-governador Ciro Gomes, outro presidenciável de 2018, sai batendo duro no maior partido de esquerda, que é o PT, sem demonstrar qual sinal de simpatia ou aderência de seu discurso raivoso com os centristas, como DEM, PSDB, MDB, PP e outros. Até Marina Silva ensarilhou as armadas da próxima batalha, enquanto espera o que vem pela frente. Já Flávio Dino vai demarcando território, sem medo de vê-lo grilado logo ali adiante.
Estratégia flavistas
Há um esboço de estratégia no Palácio dos Leões para levar a disputa da eleição de São Luís em 2020 ao segundo turno. Entrevista pela Rádio Mirante AM, o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) disse que o grupão que apoia o governo pode lançar mais de um candidato.
Nomes têm
Como foram 16 partidos em 2018 e dificilmente haverá deserção em 2020, nomes prefeituáveis é o que não falta. Othelino citou o deputado Rubens Jr. (secretário de Cidades), o estadual Duarte Júnior e o do vice-prefeito de São Luís, Júlio Pinheiro. Mas o que vai pesar é pesquisa, consenso e a palavra de Flávio Dino.
Esqueceram de mim
Othelino esqueceu-se de Neto Evangelista (DEM) e do presidente da Câmara Municipal, Osmar Filho (PDT)? Por coincidência, Osmar e Rubens Jr levaram, ontem de manhã, um animado papo, antes da sessão de reabertura dos trabalhos da Câmara. Perguntado sobre candidatura, Rubens fugiu da resposta. “Não é meu foco”.