Enredo abstrato em outubro

Agora danou-se. A disputa pelo governo do Maranhão anda tão desengonçada quanto a corrida pelas duas vagas de senador. Pior ainda está a eleição presidencial que, obrigatoriamente, terá que passar pelo Maranhão com seus candidatos embaraçados nas campanhas de governador. Até agora, o divisor das correntes ideológicas que permeiam a política nacional simplesmente não existe […]

Agora danou-se. A disputa pelo governo do Maranhão anda tão desengonçada quanto a corrida pelas duas vagas de senador. Pior ainda está a eleição presidencial que, obrigatoriamente, terá que passar pelo Maranhão com seus candidatos embaraçados nas campanhas de governador. Até agora, o divisor das correntes ideológicas que permeiam a política nacional simplesmente não existe no cenário estadual. Nem a tão propalada “esquerda” Dinista escapou da desfiguração, coligação de Flávio Dino impregnada de partidos de direita e de centro.

Várias das pretensões de disputar o governo são de pouca consistência, numa eleição complexa,definidora de história e polarizada entre o governador Flávio Dino e Roseana Sarney,que tenta voltar ao poder,o qual seu grupo controlou por meio século.Portanto,inapelavelmente,a eleição do Maranhão terá a marca do passado e do presente.É a família
Sarney e seguidores de um lado e,do outro,o ocupante do cargo,Flávio Dino, que não pôs parentes, aderentes ou organizações empresariais sob seu controle, no governo.

E, quando olha-se o mapeamento ideológico, aparece a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos), que estaria apoiada pelo PSL, partido no qual o pré-candidato Jair Bolsonaro, representante da extrema-direita, se filiou há duas semanas. Mesmo com o desconhecimento do vice-presidente nacional e presidente regional, Francisco Carvalho, Maura se diz bolsonarista.Caso tal fato se confirme,remete a campanha
para um caldeirão ideológico no Maranhão, já que o DEM, historicamente de direita, até agora, pertence à coligação de Flávio Dino. Mas nada é definitivo até agosto.

O governador do PCdoB sabe que o reduto puramente esquerdista não o elegeria. E como a política no Brasil padece de uma desfiguração ideológica,na qual o poder mandante é o maior cabo eleitoral, pois ninguém espere candidatos teorizando sobre comunismo,direitismo socialismo,trabalhismo, protestantismo,centrismo ou capitalismo.O PT só conseguiu governar por 12 anos porque se misturou com o resto.No resto está um enredo de puro abstracionismo que, se transportado para a gastronomia, seria um angu de sabor intragável e cheiro de laranja estragada.

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