Embaralhada geral da República
O Brasil virou terra de ninguém e, ao mesmo tempo, de todo mundo. Tem democracia demais onde se burla elementares regras democráticas. Parece uma selva habitada por gente civilizada, mas brutalizada pela crise. Enquanto o Judiciário se tornou o poder central entre os três poderes da República Brasileira, integrante de seu quadro máximo, o Supremo […]
O Brasil virou terra de ninguém e, ao mesmo tempo, de todo mundo. Tem democracia demais onde se burla elementares regras democráticas. Parece uma selva habitada por gente civilizada, mas brutalizada pela crise. Enquanto o Judiciário se tornou o poder central entre os três poderes da República Brasileira, integrante de seu quadro máximo, o Supremo Tribunal Federal, como o ministro Gilmar
Mendes, um político togado, leva uma sova de rejeição popular, em consulta nacional do Instituto Pará Pesquisa.
No mesmo dia em que o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, manda abrir inquérito para investigar o presidente Michel Temer, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (o homem da mala) e empresários por supostos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o arquivamento de denúncias de obstrução da Justiça contra José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá.
Foi o mesmo MP que pediu tais investigações em fevereiro, por suposta tentativa de atrapalhar a Lava-Jato, mudou de postura. Em julho, a Polícia Federal também solicitou o arquivamento da investigação por insuficiência de provas. Se não tinham provas, por que envolveram os
políticos? A PF entendeu que as conversas gravadas entre os três peemedebistas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não configuraram crime. Em 2016, as gravações abriram um enorme escândalo, para, agora, darem em nada.
Em uma das conversas, Romero Jucá cita um suposto“acordo nacional” para “estancar a sangria”. Agora, caberán ao ministro Edson Fachin, relator do caso, arquivá-lo ou não. No entanto, esse pedido da PGR não tem relação com a denúncia por crime de organização criminosa apresentada na sexta-feira (8) por Rodrigo Janot contra os mesmos
políticos e outros: Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão, Valdir Raupp, Jader Barbalho e José Sarney. Como dizem os sarneístas: “É o Sarneizão! Contra ele, nada pega”.