Em céu de brigadeiro
Quando faltam 18 meses para as eleições de 2018, o governador Flávio Dino continua navegando em céu de brigadeiro, cuja expressão, sacada da gíria carioca faz 70 anos, significa «jogar pelo seguro»; que tudo está bem, conforme, calmo; que não há perigo nem chateação à vista. É exatamente esse o momento vivido pelo chefe do […]
Quando faltam 18 meses para as eleições de 2018, o governador Flávio Dino continua navegando em céu de brigadeiro, cuja expressão, sacada da gíria carioca faz 70 anos, significa «jogar pelo seguro»; que tudo está bem, conforme, calmo; que não há perigo nem chateação à vista. É exatamente esse o momento vivido pelo chefe do Executivo maranhense, que já avisou do desejo de disputar um novo mandato. E nada aparece, até agora, que dê sinal de algo que venha atrapalhar o projeto da reeleição do ‘comunista’.
Em 2014, Dino encontrou o grupo Sarney completamente estruturado e no poder. Deu-lhe uma histórica surra de urna, mesmo com pouca estrutura partidária e apenas nove legendas na coligação, sendo a mais importante o PSDB. Hoje, portanto, há uma discrepância monumental entre as duas eleições. O PCdoB é outro partido, com 46 prefeitos, dono do poder administrativo estadual, de uma base parlamentar esmagadora na Assembleia Legislativa e atuação forte em programas sociais, além de atacar o ensino com escolas decentes e professores
ganhando salários dignos. E sem mácula de corrupção.
O principal adversário de Flávio Dino continua sendo o grupo derrotado de 2014. Roseana Sarney inegavelmente é forte, mas sinaliza que não entrará facilmente numa peleja eleitoral com risco de perder. E, obviamente, que o cenário não se apresentará sem esse risco. Já o senador Roberto Rocha se diz candidato a governador, trabalha para isso, mas até o seu PSB se afigura ranzinza quanto ao tal projeto. Vive brigando internamente e dificilmente não apoiará Flávio Dino novamente, a não ser por um golpe da direção nacional. Porém, como ameaça romper com o governo Temer, pode facilitar a reedição da aliança no Maranhão.