E agora, Roseana?

A ex-governadora quatro vezes no Maranhão, Roseana Sarney, saiu do imobilismo que incomodava seu grupo político e partiu para a guerra. Está realizando algo inédito: fazer uma peregrinação de pré-campanha, que tem aparência das suas itinerâncias como chefa do governo. Quando partia para visitar os municípios, a então governadora já levava dinheiro para anunciar obras […]

A ex-governadora quatro vezes no Maranhão, Roseana Sarney, saiu do imobilismo que incomodava seu grupo político e partiu para a guerra. Está realizando algo inédito: fazer uma peregrinação de pré-campanha, que tem aparência das suas itinerâncias como chefa do governo. Quando partia para visitar os municípios, a então governadora já levava dinheiro para anunciar obras e tesoura para cortar fitas de inaugurações.

Agora é outra história. Roseana não tem nada a oferecer, a não ser projetos alimentados com recursos federais, que, aqui e acolá, podem render votos. Ela teve razão ao passar tanto tempo analisando os cenários eleitorais, a realidade política e suas vertentes, bem como explicar os longos 14 anos de governo. Roseana vai encarar Flávio Dino, não como candidato ao Palácio dos Leões, mais como o governador,
munido de eloquentes dados sobre a realidade do Maranhão, como o estado mais pobre do Brasil.

Roseana tem ainda a responsabilidade de tentar derrotar o adversário mais forte, munido de toda a instrumentalização que lhe falta para atrair aliados. Dino vai mostrar o que fez e o que está fazendo, dentro da pior crise que o país atravessa, logo sob o comando do presidente Temer, do partido de Roseana.A ex-governadora carrega ainda debaixo do braço o irmão Zequinha Sarney, candidato a senador, o sobrinho Adriano, deputado estadual, e o aliado de todos os momentos, Edison Lobão. Todos são especialistas em conquistar eleições com a força política da “máquina”.

Mas nem tudo é tão ruim para Roseana Sarney. Ela é carismática nata, conhece de nome cada liderança política do Maranhão, e um discurso que calha com a faixa do eleitorado da classe média que aprendeu, ao longo de meio século, render reverência aos Sarney e, ao mesmo tempo, esconjurar o comunismo. “Sarney”, seja Roseana, seja Zequinha ou Adriano, é uma logomarca tão conhecida como a grafia manuscrita
“Jesus”, do Guaraná mais famoso do Maranhão. Se isso ainda rende voto em 2018, é o maior desafio que Roseana carrega na campanha que acaba de começar.

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