Dilma com a caneta cheia
Ao precipitar o desembarque do governo, julgando ser o impeachment de Dilma Rousseff favas contadas, o PMDB de Michel Temer até agora não cumpriu o anunciado, festivamente, por uma banda da cacicada interesseira. A presidente petista mandou encher a caneta para assinar a demissão de 800 peemedebistas e até agora não conseguiu nem meia dúzia. […]
Ao precipitar o desembarque do governo, julgando ser o impeachment de Dilma Rousseff favas contadas, o PMDB de Michel Temer até agora não cumpriu o anunciado, festivamente, por uma banda da cacicada interesseira. A presidente petista mandou encher a caneta para assinar a demissão de 800 peemedebistas e até agora não conseguiu nem meia dúzia.
Caneta dupla
A canetada tem que ser dupla: cada demissão, uma admissão. É gente que sai e gente que entra. O governo tem aproximadamente 22 mil cargos de livre nomeação, os que dispensam concurso público e quase todos preenchidos por indicação partidária. O PMDB, desde o governo Sarney, que chegou ao poder pela via transversal da eleição indireta de Tancredo Neves, até hoje mantém uma legião de apadrinhados encarapitados nos empregos federais “de confiança”.
As perguntas
A pergunta que não quer calar é: e se o impeachment não passar, como vai ficar o PMDB, seu presidente nacional e vicepresidente da República, Michel Temer? E na hipótese contrária, passando o impeachment de Dilma por causa das “pedaladas fiscais”, como fica a situação de Temer, que também as decretou quando no exercício da Presidência?
Contorcionismo
São essas questões que não podem ser desprezadas, até porque existe ação no STF abordando hipótese de Temer assumir. Enquanto isso, Dilma Rousseff permanece com a caneta cheia para demitir e nomear. A fila das nomeações é grande, enquanto os peemedebistas fazem contorcionismo para não abandonar os empregos, exatamente numa temporada em que encontrar outro é uma tarefa quase impossível. Esta semana, portanto, será determinante para que o “desembarque” do comandante Michel Temer se complete.