Desigualdade berrante
O Brasil é o terceiro país da América Latina em desigualdade social, atrás apenas da Colômbia e Honduras, e o 10º mais desigual do mundo, conforme o último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado ontem. Os dados levam em conta o Índice de Gini. Como o Maranhão aparece em outras […]
O Brasil é o terceiro país da América Latina em desigualdade social, atrás apenas da Colômbia e Honduras, e o 10º mais desigual do mundo, conforme o último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado ontem. Os dados levam em conta
o Índice de Gini. Como o Maranhão aparece em outras pesquisas como o último estado em pobreza e concentração de renda, é provável que a situação medida pelo Pnud, no detalhamento, não seja diferente dos anos anteriores.
O levantamento faz um retrato da realidade que distancia parte da população de serviços básicos, como oferta de água ou de médicos, aumenta as taxas de mortalidade infantil e diminui a expectativa de vida ao nascer de muitos brasileiros. O valor do salário mínimo também é
um aspecto da desigualdade social no Brasil. Com uma filha na escola, e um bebê recém-nascido, o valor mensal de R$ 937 não é suficiente para cobrir as despesas da casa de qualquer morador nessa faixa salarial.
Já Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil, explica que o valor ainda está distante do que seria um salário mínimo ideal, mais inclusivo e que realmente enfrentasse as desigualdades que reinam no Brasil”. Ela diz que é chocante o fato de o país ser tão desigual, com tanto potencial para não ser. “É um país rico, que tem as condições
de enfrentar e reduzir a desigualdade extrema”, disse ela. Destacou que, nos últimos 15 anos, 28 milhões de brasileiros saíram de baixo da linha da pobreza, mas que isso foi interrompido com a crise política do Brasil.
Outros dados da Oxfam revelam a escandalosa concentração da riqueza no Brasil. Os seis bilionários, Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim), concentram a mesma riqueza que os 100
milhões mais pobres do país, quase 50% da população. Um trabalhador do salário mínimo teria que trabalhar 19 anos para ganhar o que um super-rico recebe por mês no Brasil. Os 5% mais ricos têm a mesma riqueza que os 95% restantes!