De “socialista” a “tucano”

O deputado federal José Reinaldo Tavares continua uma figura política ideologicamente descolorada e estrategicamente apagada. Tido como expert em sarneísmo e em articulação de bastidores na política, hoje, ele está numa situação que beira ao desespero. Como ex-sarneísta, rompido em 2004, virou “socialista” no PSB e apoiador de Flávio Dino na troca da toga de […]

O deputado federal José Reinaldo Tavares continua uma figura política ideologicamente descolorada e estrategicamente apagada. Tido como expert em sarneísmo e em articulação de bastidores na política, hoje, ele está numa situação que beira ao desespero. Como ex-sarneísta, rompido em 2004, virou “socialista” no PSB e apoiador de Flávio Dino na troca da toga de juiz federal por uma cadeira de deputado federal, em 2006.

Em 2014, Dino foi eleito governador do Maranhão, derrotando os Sarney, na coligação com o PSB, e José Reinaldo, eleito deputado federal. Foram quatro anos de rusgas e pouca aderência política na relação de José Reinaldo com Dino. Na Câmara, Reinaldo nunca se sentiu em casa como filiado ao PSB, que pendeu demais à esquerda,
postura longe da temperança do deputado maranhense.

No episódio do impeachment de Dilma Rousseff, com Flávio Dino suando a camisa para conseguir votos contra, Reinaldo se desculpou do “amigo Flávio Dino”, mas votou a favor do golpe. Tornou-se “irmão camarada” de Michel Temer, enquanto se distanciou do Palácio dos Leões. Temer, para mostrar quem era ele, levou Reinaldo na comitiva para a China, único do Maranhão, enquanto o vice-governador Carlos Brandão foi vetado.

Quando Reinaldo decidiu, há pouco tempo, romper com Flávio Dino, ao ver o projeto de chegar ao Senado ir de água a baixo na chapa comunista, seu caminho era a filiação no DEM. Porém, o deputado Juscelino, que fechou na coligação de Flávio Dino, trancou a porta para Reinaldo. José Sarney tentou levar a legenda para o MDB de Roseana, mas chegou tarde. Semana passada, sem alternativa, Reinaldo tentou se viabilizar na eventual chapa de Eduardo Braide, mas não sentiu sustança. Pode esbarrar no PSDB e concorrer com Roberto Rocha, seu ex-colega de PSB e ex-aliado de Dino até virar-lhe as costas, já como candidato a governador. Se Reinaldo sair como vítima, pode se dar mal. Eleitor não gosta de quem não sabe ganhar.

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