Combate sem trégua

Os governadores do Nordeste decidiram tomar uma atitude que parece tarde, mas não fora de tempo. O combate às organizações criminosas não terá sucesso como projeto isolado nem de região nem de estado. É preciso unir União, estados e municípios, com seus aparatos militares e civis, de inteligência e tecnologia para enfrentar uma situação que, […]

Os governadores do Nordeste decidiram tomar uma atitude que parece tarde, mas não fora de tempo. O combate às organizações criminosas não terá sucesso como projeto isolado nem de região nem de estado. É preciso unir União, estados e municípios, com seus aparatos militares e civis, de inteligência e tecnologia para enfrentar uma situação que, perante o mundo, parece fora de controle no Brasil: a violência.

No Rio de Janeiro, cidade brasileira mais conhecida no planeta, o crime organizado já não dá trégua. A Cidade Maravilhosa está inegavelmente em situação de guerra, a ponto de o banditismo desafiar as Forças Armadas no controle dos morros favelados e cidades da região metropolitana. Esta semana, temendo que a intervenção do Exército no Rio possa afugentar a bandidagem e suas ferramentas de ação para o
resto do país, os governadores nordestinos resolveram debater o assunto em conjunto, em Teresina.

Apesar de ser um tema complexo e urgente, por isso mesmo as autoridades estaduais não têm o direito de esperar que as outras intervenções se espalhem pelo Brasil afora. Os governadores decidiram colocar em prática uma operação nacional de segurança, que reúna todas as forças policiais, equipamentos e infraestrutura para o combate à criminalidade. Discutiram a implantação, já, de um centro que reúna um sistema de inteligência e cadastro de facções (Sicaf) nos estados da região, até a implantação da Operação Nordeste,  que terá participação das forças de segurança das nove unidades federadas.

Flávio Dino, do Maranhão, defendeu a centralização do sistema do Nordeste no Ceará, tanto pela sua posição geográfica e pela a interface com os fluxos de bens derivados de atividades criminosas, sobretudo, com outros países do mundo. Dino destacou ainda que espera a colaboração de bancos e empresas de transporte de valores no financiamento dos custos emergenciais de segurança. Faz sentido. Afinal, a bandidagem age com incrível grau de informação e estratégia, a ponto de assaltar um avião internacional e roubar US$ 5 milhões, sem dar um tiro e ninguém ser preso.

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