Abraço de afogados

Classe política tem que descer do palanque para sair da crise

A crise econômica dos últimos quatro anos despejou nas urnas todo o sentimento de angústia, dúvida, indignação e repulsa contra os políticos e suas práticas nefastas

O mundo político brasileiro vive um momento único em sua história recente. Desde o fim da ditadura em 1985, o Brasil ainda não havia passado por temporada de crises tão complicadas, como ocorre neste começo de 2019. Este será um ano de aprendizado, de abraços e de repulsas.

O Congresso Naciona,l empossado há apenas uma semana, será o catalizador dos desdobramentos da crise econômica, política e social. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário querem tirar lições que sirvam às expectativas dos brasileiros.

A crise econômica dos últimos quatro anos despejou nas urnas todo o sentimento de angústia, dúvida, indignação e repulsa contra os políticos e suas práticas nefastas. As urnas mostraram que o povo quer mudança profunda, e Jair Bolsonaro soube capitalizar em cima dessa realidade desesperadora.

Desempregados, sempre beirando os 14%, refletem a atividade econômica andando abaixo do desejado. Com isso, a arrecadação federal e estadual despencou, indo na contramão dos gastos públicos, gerando rombos e mais rombos em cima das contas do governo.

Os governadores estão em situação de pânico, diante da falência de estados importantes como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Os demais tentam escapar da avalanche. Esta semana os governadores do Nordeste foram a Brasília abrir caminho para negociar suas pendências e abrir espaço para entendimento com o Palácio do Planalto.

Eles sabem que sem o apoio das bancadas parlamentares, o governo Bolsonaro não aprovará a reforma da Previdência e o Pacote Anticrime – prioridades absolutas. Tais contradições podem facilitar as conversas e pactos. É o autêntico abraço de afogados. Ontem, por exemplo, o vice-presidente Hamilton Mourão recebeu, no Palácio do Planalto, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, presidida pelo sindicalista Vagner Freitas. Ele fez duras críticas à reforma da Previdência, nos pontos em que retira direitos trabalhistas e atinge diretamente os jovens.

Pode acabar com férias, 13º salário e ao FGTS para quem ingressar no mercado de trabalho. Mas diz Bolsonaro que sem a reforma, a Previdência quebra para todos. Por tudo isso, o Brasil vive um momento de tensão, onde todos tentam uma saída, num cenário de portas travadas.

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