Campo minado
O ano de 2017 vai virando poeira em meio à crise prolongada, enquanto o ano político se aproxima do terreno movediço das campanhas eleitorais. No horizonte, despontam batalhões sem comando, de candidatos aos cargos eletivos, tentando chegar primeiro ao centro do campo minado das eleições de outubro. A maior trincheira a ser ultrapassada é a […]
O ano de 2017 vai virando poeira em meio à crise prolongada, enquanto o ano político se aproxima do terreno movediço das campanhas eleitorais. No horizonte, despontam batalhões sem comando, de candidatos aos cargos eletivos, tentando chegar primeiro ao centro do campo minado das eleições de outubro. A maior trincheira a ser ultrapassada é a das convenções partidárias em julho. Só nesse momento crucial é que os generais (ou caciques) vão aparecer para assumir os comandos de suas tropas e definir as estratégias de ataque.
O que acontece hoje é o surgimento de uma legião de candidatos aos diferentes mandatos em disputa, cujas vagas são infinitamente menores do que as pretensões. Mesmo diante da crise, da
esculhambação que virou o sistema político e da corrosão que ataca os mandatários engravatados, a ambição desmedida pelos cargos eletivos não esvanece nunca. Muito pelo contrário, nem os deputados, senadores, governadores e o presidente Temer, todos afogados
até o gogó em investigações, denúncias, condenações e prisões não
arredam do processo eleitoral de 2018.
Na contraofensiva ao avanço desse exército de mascarados, o eleitorado, por sua vez, monta suas “trincheiras” e estratégias para o
confronto definitivo na campanha e nas urnas. As pesquisas que se
realizam hoje podem até indicar algum rumo. Porém, nada revelam
sobre o quadro que será desenhado pelo voto de outubro. O crivo do
dono do título de eleitor pode até ser ainda engabelado como nas
eleições passadas, mas definitivamente não na mesma proporção.
Há no Brasil uma consciência política efervescendo, e a instrumentalização das redes sociais será ferramenta fundamental para
ferrar políticos indesejáveis, que, com a mesma cara de pau e discurso
demagogo de honestidade, vão parecer aos montes, pensando que o povo será eternamente besta. A campanha de 2018 será tangida a dinheiro escondido, a jogo sujo, espertezas e manobras para engabelar os incautos. Por isso, cada qual que se prepare para não ser explodido no campo minado que se aproxima.