Campanha tocada na incerteza

A política brasileira está de cabeça para baixo. A judicialização da política parece um caminho sem volta. Agora, muito mais, nesses dias tensos, carregados de incerteza e, por consequência, chamariz para confrontos de natureza diversa. É nesse ambiente de crise econômica e trovoadas políticas, que as eleições municipais de outubro estão sendo moldadas, sob a […]

A política brasileira está de cabeça para baixo. A judicialização da política parece um caminho sem volta. Agora, muito mais, nesses dias tensos, carregados de incerteza e, por consequência, chamariz para confrontos de natureza diversa. É nesse ambiente de crise econômica e trovoadas políticas, que as eleições municipais de outubro estão sendo moldadas, sob a égide da minirreforma de 2015, cheias de inovações restritivas.

Nunca na história
Nunca os partidos viveram uma situação tão singular desde quando o país vive em regime democrático. O principal impacto da campanha é a proibição do financiamento empresarial, a redução de 90 para 45 dias, menor tempo da propaganda eleitoral na TV e rádio – o que significa o barateamento da captação do voto. Como tudo é novidade em 2016, os partidos e seus candidatos andam às voltas com imensas dificuldades, dentre as quais, os limites de cada município para gastar, chegando ao detalhe de restringir até o número de cabos eleitorais.

Campanha sem dinheiro
Quando, por exemplo, se fala na primeira campanha eleitoral sem financiamento, todos tremem na base. Parece uma visagem, imaginar-se uma concorrência de maior equilíbrio na disputa dos mandatos de prefeito e vereador. Remete também para a percepção de espaço de corrupção em todo o processo político. Mas só parece. Até os agentes públicos de controle e fiscalização do processo eleitoral vão se deparar com os mais diferentes embaraços para cumprir suas funções, em razão das mudanças trazidas pela reforma política.

Golpe na corrupção
Campanha sem dinheiro de empresa é golpe na corrupção eleitoral. Em 2014, por exemplo, apenas a empreiteira Andrade Gutierrez, hoje totalmente atolada na Lava-Jato, “investiu” um total de R$ 62,6 milhões nas agremiações. O PSDB levou R$ 24,1 milhões; o PT, R$ 14,68 milhões; e o PMDB, R$ 11,4 milhões.Agora a discussão é sobre os limites de gastos por município, com base na maior despesa declarada em 2012. Em alguns deles, os valores são insuficientes até para o custeio do carro de som de um candidato.

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