Campanha sem agiotagem? Quem acredita?
Alguém já viu no Brasil campanha eleitoral sem dinheiro de empresas que trabalham nos serviços públicos e sem agiota operando pelo lado obscuro da captação de votos? As campanhas deste ano são diferentes. Desde quando o Brasil reconquistou a democracia, nunca passou por uma situação extremada como a atual. A reforma eleitoral nem chegou a […]
Alguém já viu no Brasil campanha eleitoral sem dinheiro de empresas que trabalham nos serviços públicos e sem agiota operando pelo lado obscuro da captação de votos? As campanhas deste ano são diferentes. Desde quando o Brasil reconquistou a democracia, nunca passou por uma situação extremada como a atual. A reforma eleitoral nem chegou a aprofundar o que deveria em mudanças, mas já vai fazer história nas eleições de outubro.
Mirrados
Os partidos estão sem saber como fazer campanha com dinheirinho mirrado de doador individual. A Operação Lava-Jato fez que nem vara de virar tripa. Arregaçou pelo avesso, os esquemas eleitorais que movimentavam bilhões e bilhões do chamado financiamento empresarial de campanha. Os escândalos revelados por delações e investigações da Lava-Jato faziam a festa dos empresários “bonzinhos” e dos candidatos.
Agiotas
Correndo em faixa própria, entravam os agiotas, com seus juros extorsivos, para socorrer políticos aperreados. Muitos perderam as eleições e seus patrimônios. Os empresários emprestavam os milhões para cobrar depois. Como o céu era o limite sobre valores desse tipo de financiamento, as negociatas eram tão vantajosas, que até lobistas intermediadores ganhavam fortunas.
Dívida
Os candidatos recebiam o dinheiro, gastavam na campanha, eram eleitos e a dívida paga com licitações direcionadas, fabricadas desde os menores municípios até as gigantes privadas e estatais, como a Petrobras e empreiteiras.
Assunto de polícia
Quando foi perguntado, na entrevista desta semana, sobre agiotagem na Câmara de Vereadores de São Luís, Flávio Dino respondeu “genericamente”, que é assunto da Polícia. Ele não acompanha nem palpita. “A ordem é investigar e botar a Justiça”. Explicou que não acompanha casos de agiotagem em qualquer lugar. “A polícia age com autonomia para trabalhar”, arrematou.