POLÍTICA

Após encolhimento do MDB, DEM é o novo partido dono da bola

Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o PMDB não apenas encolheu no país todo, como seus líderes passaram a ocupar generosos espaços no noticiário, envolvidos em pesadas corrupções nos diferentes graus e regiões

Foto: Marcos Corrêa/PR

Na ditadura militar, com o bipartidarismo – Arena e MDB –, a política tinha feição carrancuda e os políticos viviam sob o rigor de uma legislação de exceção. Uma anedota comum na época do bipartidarismo era dizer que no Brasil havia “o partido do sim” (o MDB) e o “partido do sim, senhor!” (a Arena). Com o advento do pluripartidarismo, em 1979, a Arena deixou de ser Aliança Renovadora e virou PDS e o MDB trocou o prenome de Movimento por Partido – PMDB.

O PMDB foi o partido que fez a transição democrática. Desde Tancredo, Ulysses Guimarães e José Sarney na Presidência da República, a história do Brasil foi contada de outro jeito. Depois do interstício de Itamar Franco, substituto de Collor, e a entrada do tucano Fernando Henrique Cardoso no Planalto, o PMDB foi sempre a linha auxiliar até Dilma Rousseff, de quem herdou o poder, com o impeachment arquitetado pelo vice Michel Temer em 2016.

Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o PMDB não apenas encolheu no país todo, como seus líderes passaram a ocupar generosos espaços no noticiário, envolvidos em pesadas corrupções nos diferentes graus e regiões. Agora, a bola da vez está com os Democratas. O DEM, que tem origem na Arena e depois PDS, simplesmente elegeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o do Senado, o Davi Alcolumbre, ex-deputado federal do Amapá, sem ser sequer um político do time do ex-presidente José Sarney.

Nas negociações com o Palácio do Planalto para votar a Reforma da Previdência, o DEM, com 27 deputados e integrando um bloco de 146 parlamentares ganhou alta relevância. Na quinta-feira, o prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente do DEM, apareceu em fotos, com um enorme sorriso, abraçado a Bolsonaro, depois de reunião dos partidos. Tamanha alegria não é sem motivo: o DEM tem três ministérios e está a caminho de abocanhar a poderosa parte da Educação. Mais que o DEM, só o “partido das Forças Armadas”, com oito ministros e uma entrelaçada estrutura militar no segundo escalão. Do PMDB, quem diria, ninguém se lembra de sua novíssima história no poder.

Baixa graúda

O MDB não para de perder espaço político, importância e filiados de peso. Perdeu o ex-prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim, que se filiou ao PDT e virou deputado federal. Agora quem deu adeus ao partido dos Sarney é o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos.

Reforço na base

Ramos está assinando a ficha do DEM, levado pelo presidente regional, deputado federal Juscelino Filho. Até a direção do MDB maranhense foi surpreendido com a notícia da transposição de Assis Ramos, pelas redes sociais. O DEM integra a coligação que apoia o governador Flávio Dino.

Gol chorado

Para não dizer que Bolsonaro não falou de flores, o ex-presidente José Sarney emplacou o aliado emedebista João Manoel Santos Souza na Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento, um cargo de segundo escalão, num órgão de relativa expressão. A indicação foi da bancada do Nordeste, mas com a bênção de Sarney.

 

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