Ano encharcado
Congresso nacional, Assembleia Legislativa do Maranhão e Câmara de Vereadores de São Luís voltaram ao trabalho, depois de um recesso prolongado que começou uma semana antes do Natal de 2017. O ano político será movido a eleição, o que já torna o ambiente encharcado no chão e pesado no ar. Terá a campanha eleitoral mais […]
Congresso nacional, Assembleia Legislativa do Maranhão e Câmara de Vereadores de São Luís voltaram ao trabalho, depois de um recesso prolongado que começou uma semana antes do Natal de 2017. O ano político será movido a eleição, o que já torna o ambiente encharcado no chão e pesado no ar. Terá a campanha eleitoral mais inusitada dos últimos tempos, por nela não caber dinheiro empresarial, que financia mandatos eleitos e deforma a democracia do voto obrigatório.
Se realmente vai ser uma campanha sem dinheiro de empresa, é prudente aguardar. Afinal, o famigerado “jeitinho brasileiro” não foi revogado por nenhuma lei. É tão intocável quanto secular “jogo do Bicho”. É tão tolerável que nunca passou de simples contravenção, para não ser crime punível com prisão. A diferença é que a compra de voto é
crime eleitoral, tipificado no art. 299 do Código Eleitoral: “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.
Na Alema, promete ser um ano político tão tenso quanto será no âmbito nacional. Além da luta pela renovação dos mandatos parlamentares, os deputados serão pilares que sustentarão a disputa do Palácio dos Leões, que, ao contrário de outras eleições, será no autêntico formato plebiscitário. Quem deseja mais um mandato a Flávio Dino ou o retrocesso de cinco décadas, retornando com Roseana Sarney. Não se
trata de retrocesso no sentido pessoal, mas de mandonismo, cuja oligarquia Sarney extrapolou no tempo e no espaço todas as demais que fizeram a história do Brasil contemporâneo.