Amazônia é nossa
Assim como o Nordeste, a Amazônia Legal possui o mesmo número de nove estados, dentre eles o Maranhão, que compartilha com de 79% de seu território, inclusive a capital São Luís. Trata-se de uma imensa área de 5,2 milhões de km², ou 61% do território brasileiro, que está em perigo. Sua população, entretanto, corresponde a […]
Assim como o Nordeste, a Amazônia Legal possui o mesmo número de nove estados, dentre eles o Maranhão, que compartilha com de 79% de seu território, inclusive a capital São Luís. Trata-se de uma imensa área de 5,2 milhões de km², ou 61% do território brasileiro, que está em perigo. Sua população, entretanto, corresponde a 12,32% do total de habitantes do Brasil. Como o Maranhão é o único estado a fazer parte do Nordeste e da Amazônia Legal, logo tem voz nos dois Consórcios de governadores.
Na última sexta-feira, reunidos em Palma (TO), governadores da Amazônia demonstraram grave preocupação com o avanço acelerado do desmatamento. Flávio Dino e seus colegas defenderam os dados de desmate das florestas, produzidos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), criticados pelo presidente Jair Bolsonaro, que decidiu demitir o diretor, Ricardo Galvão. Flávio Dino (MA) e Helder Barbalho (PA) foram os responsáveis pela divulgação de dados relativos ao desmatamento.
Não tem como não se preocupar. O mundo está de olho no processo de destruição da maior floresta do planeta, chamada, portanto, de “pulmão do mundo”. Durante as últimas semanas, vieram à luz dados que deveriam ser mais que preocupantes para todos os latino-americanos. Mostram rapidez de como avança a devastação de um de nossos tesouros mais valiosos, a selvaamazônica. A região abriga o mais extenso dos biomas brasileiros, ou 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.
Dados de satélites do projeto MAAP, da organização Amazon Conservation, nos últimos 17 anos mais de 4,2 milhões de hectares foram desflorestados na região amazônica (sem incluir a Bolívia), e os últimos anos foram particularmente duros. Logo, então, se justifica que a principal força de contenção desse processo deve partir do Brasil e não o contrário, com o governo desacreditando, sem base científica, os dados alarmantes do avanço do agronegócio, da mineração e da destruição da fauna e dos rios. A Amazônia é nossa e dela devemos todos cuidar e respeitar.
De bala, não
Ao ser indagado se, como coordenador da Bancada do Agronegócio na Câmara, é também da Bancada da Bala, o deputado Hildo Rocha (MDB) respondeu rápido: “Não! Estou longe dessa posição”. Realmente, a bancada do agro tem 207 deputados, a da Bala, apenas 36.
Melhor no PCdoB
Flávio Dino recebeu convite do presidente do PSB, Carlos Siqueira, para ingressar na legenda. Ele disse ser um convite honroso, de um partido importante, histórico, assim como “o meu, PCdoB”. Eles têm uma longa vida em comum, “de lideranças muito importantes”, afirmou.
Nada decidido
Dino disse ainda que o PSB tem o seu respeito, porém, no momento esta muito bem e confortável no PCdoB, “no partido que fui eleito duas vezes governador do meu Estado”. Mas não fechou a porta: “Então, nisto de mudança de partido, nada decidido”.
“Sensação de desgoverno no Brasil”
De Flávio Dino, ao ser perguntado, em Palmas, se é candidato a presidente em 2022. Ele, que é capa da revista Carta Capital desta semana, respondeu, alfinetando: “Essa pergunta é feita porque há uma insuficiência, inaptidão do governo federal. É como se fosse espécie de envelhecimento precoce”.