Ajustes assustadores nos esperam em 2016
O cenário econômico para os municípios brasileiros em 2016 é de puro aperto. Mais do que foi em 2015, quando apenas as 217 cidades maranhenses deixaram de receber R$ 195 milhões do Tesouro Nacional. Os dados conjunturais, apontados em levantamento da Confederação Nacional dos Municípios, preveem mais sacrifício em 2016, quando a grande maioria dos […]
O cenário econômico para os municípios brasileiros em 2016 é de puro aperto. Mais do que foi em 2015, quando apenas as 217 cidades maranhenses deixaram de receber R$ 195 milhões do Tesouro Nacional. Os dados conjunturais, apontados em levantamento da Confederação Nacional dos Municípios, preveem mais sacrifício em 2016, quando a grande maioria dos atuais prefeitos vai disputar a reeleição.
Ajuste
E nos demais, os candidatos não esboçam a mínima preocupação com a realidade insustentável que os espera – nos casos de renovação. Todo mundo terá que fazer “ajuste”, palavra mágica que quer dizer também arrocho. Afinal, a crise não é privativa só do Brasil. Ela está fofando as economias pelo mundo afora, com estragos irreparáveis no velho continente, chamado, ironicamente, de primeiro mundo.
Desemprego demolidor
O desemprego, por exemplo, é demolidor. Alguns exemplos comparativos com o Brasil, em que o desemprego em 2015 bateu em 6,2%; Alemanha, país mais rico da Europa, 6,4%; Argentina, 6,9%; Peru, 7,0%; França, 10,6%; Itália, 12,7%; Portugal, 13,5%; Espanha, 23,8%; e Grécia, berço da cultura ocidental, 26,1%. Só na União Europeia, tem um exército de 26,5 milhões de desempregados.
Prefeituras ameaçadas
Voltando ao Brasil, o arrocho será de cima a baixo. Aumentos salariais contidos, inflação em alta, investimentos públicos e privados em baixa, PIB negativo e governos estaduais tentando parcelar salário de servidores e ajustar suas dívidas. No Maranhão, várias prefeituras ameaçam fechar as portas, como medida extrema de desespero diante do caixa vazio.
Que crise?
Mesmo assim, um batalhão de candidatos não quer nem saber de crise. Estão prontos para entrar 2016 empinando a pipa de suas campanhas eleitorais, como quem disputa um garimpo inexplorado. Os serviços básicos como Educação, Saúde, limpeza pública, saneamento e infraestrutura, que a população reclama, esperneia e sofre, mostram-se cada vez mais dramáticos.
O desafio de Dino
O governo Flávio Dino tem o desafio de tentar se fortalecer politicamente em 2016, com a eleição de aliados e membros do PCdoB. Mas, para isso, é preciso socorrer os municípios, implementar programas de desenvolvimento social em consonância com os prefeitos. É preciso destravar a produção, atrair investimentos privados, e, ao mesmo tempo, combater a miséria nos grotões. Esse é o cenário de 2016, onde até a seca ajuda a agravar o drama social.